Três homens-bomba atacaram o aeroporto Atatürk, o principal de Istambul, na noite da última terça-feira (28), matando ao menos 41 pessoas e ferindo 239, segundo o balanço mais recentes das autoridades turcas. Há 13 estrangeiros entre as vítimas.
Pouco depois do atentado, o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse que as evidências iniciais apontam para o grupo terrorista “Estado Islâmico” (EI). Porém, nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado. A identidade e a nacionalidade dos suicidas não foram divulgadas.
Entre os mortos já identificados estão 23 turcos, afirmou o governador da província de Istambul, Vasip Sahin. As vítimas estrangeiras incluem cinco da Arábia Saudita, dois iraquianos e um cidadão dos seguintes países: Tunísia, Uzbequistão, China, Irã, Ucrânia e Jordânia.
Segundo o primeiro-ministro, os três homens-bomba chegaram ao aeroporto de táxi. No terminal, abriram fogo contra os passageiros usando fuzis automáticos, antes de explodir as bombas que carregavam no corpo.
Há, porém, relatos controversos sobre os locais exatos das explosões. Autoridades afirmaram que os homens abriram fogo e depois detonaram seus explosivos do lado de fora do terminal. Algumas testemunhas disseram que ao menos um deles entrou no terminal. Há ainda uma versão segundo a qual um dos suicidas detonou seus explosivos no estacionamento.
Segundo os relatos iniciais, as explosões teriam ocorrido antes do primeiro controle policial – no aeroporto Atatürk, há revistas e raio-x na entrada do terminal e antes dos portões de embarque.
Embora as autoridades turcas falem em três terroristas, testemunhas disseram ter visto quatro suspeitos. Questionado sobre um quarto homem, Yildirim respondeu que as autoridades não têm essa informação, mas que consideram todas as possibilidades.
“Nós estávamos no controle de passaportes. Ouvimos tiros. Havia quatro pessoas, e elas começaram a atirar contra os passageiros. Em seguida, elas se explodiram”, afirmou uma testemunha à CNN.
Outras testemunhas ouvidas pela emissora disseram que ouviram duas violentas explosões, gerando caos no aeroporto. “Foi muito forte, todas as pessoas entraram em pânico e começaram a correr para todos os lados”, disse um passageiro.
“Sangue de pessoas inocentes”
Em comunicado, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou o atentado. “Está claro que este ataque tem como único objetivo criar material de propaganda contra nosso país, simplesmente usando o sangue e a dor de pessoas inocentes”, disse Erdogan, acrescentando que espera do mundo um “posicionamento firme” contra grupos terroristas.
O Ministério do Interior da Turquia montou um centro de crise para monitorar a situação. Dezenas de ambulâncias foram enviadas ao aeroporto, e taxistas transportaram os feridos para hospitais, segundo informou a imprensa local.
Todos os voos foram cancelados nesta terça-feira, depois do atentado. As aeronaves que já estavam no ar e deveriam aterrissar em Istambul foram desviadas para cidades próximas. Na manhã desta quarta-feira, o aeroporto de Istambul voltou a funcionar normalmente.
Turquia, alvo de ataques
Nos últimos meses, os atentados – atribuídos a radicais curdos e ao “Estado Islâmico” – aumentaram em escala e frequência, espantando visitantes estrangeiros e abalando a economia, em parte dependente do turismo.
No início deste mês, um carro-bomba foi detonado em Istambul, no momento em que um ônibus da polícia passava próximo. Seis policiais e cinco civis morreram no ataque, reivindicado por radicais curdos.
Em fevereiro, a detonação de um carro-bomba deixou 29 mortos em Ancara. Em 13 de março, um ataque semelhante fez 37 vítimas. Dias depois, cinco pessoas morreram e 39 ficam feridas em um atentado suicida no centro de Istambul.
Os quatro ataques foram reivindicados pelo grupo Falcões da Liberdade do Curdistão (FAK), uma facção dissidente do proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
O maior atentado terrorista já ocorrido na Turquia, em outubro de 2015, resultou em 102 mortes e foi reivindicado pelo “Estado Islâmico”.
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