A Universidade do Estado da Bahia (Uneb) divulgou nesta sexta-feira (2) uma nota pública de repúdio à ação de policiais militares durante protesto de estudantes da instituição, ocorrido ontem à noite, na Avenida Silveira Martins, Cabula, em Salvador. Segundo relatos dos manifestantes, PMs da 23ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Tancredo Neves), apontaram armas, agrediram e detiveram alguns estudantes.
“Esta Universidade expressa o seu apoio aos estudantes e exige do Governo do Estado a apuração urgente do ocorrido e as devidas providências no sentido de punir os responsáveis pelos atos de violência e garantir a segurança a toda a comunidade, bem como o seu pleno direito de manifestação, expressão maior da sociedade democrática”, afirma a nota.
No final da tarde desta quinta-feira (1º), estudantes da Uneb realizaram um protesto em frente ao campus da universidade, no bairro do Cabula. A manifestação teve início por volta das 18h, com cerca de 50 participantes gritando palavras de ordem, exibindo cartazes e faixas contra o governo do presidente Michel Temer.
Em nota, a PM informou que iniciou uma negociação para a liberação da via, principal via de acesso ao Hospital Geral Roberto Santos, e que uma viatura da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa) tentou passar pelo local, porém foi impedida pelos estudantes.
Segundo a corporação, a guarnição da Coppa tentou negociar a passagem, mas, “em virtude da forte” resistência dos manifestantes, foi obrigada a aplicar spray de pimenta. Ainda de acordo com a PM, não houve agressão física e nem prisão de manifestantes, “bem como nenhum policial adentrou na referida instituição de ensino”.
Confira na íntegra a nota da PM:
“A Polícia Militar da Bahia acompanhou, na noite de quinta-feira (1°), uma manifestação na frente da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) no bairro do Cabula com o objetivo de oferecer segurança aos manifestantes e garantir o direito de ir e vir das pessoas.
Este acompanhamento foi realizado por policiais militares da 23ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) com o policiamento empregado diariamente no entorno da universidade, que iniciaram de imediato a negociação para a liberação da Rua Silveira Martins, principal via de acesso ao Hospital Roberto Santos, bloqueada pelos manifestantes.
Uma viatura da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa) em diligência tentou passar pelo local, mas foi impedida pelos manifestantes. A guarnição da Coppa também negociou a liberação da via e, em virtude da forte reação contrária à liberação da via, foi utilizado spray de pimenta como último recurso.
A PM esclarece que não houve agressão física e nem prisão de manifestantes, bem como nenhum policial adentrou na referida instituição de ensino. A 23ª CIPM, unidade responsável pelo policiamento do bairro, permaneceu no local em acompanhamento até o término da manifestação.
A Polícia Militar reitera que o papel da instituição em manifestações é acompanhar o direito constitucional de liberdade de expressão com o objetivo de garantir a ordem pública, a integridade física dos manifestantes, bem como a do patrimônio público, porém sem permitir que o direito de ir e vir do cidadão seja impedido.”
Correio24H