O juiz Sergio Moro, que cuida dos processos da Lava-Jato no Paraná, já manifestou por mais de uma vez vislumbrar o fim da operação em dezembro deste ano. Não é este o sentimento dos procuradores da República que integram a força-tarefa montada para as investigações. O Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), presidido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aprovou na manhã desta terça-feira prorrogar por mais um ano o funcionamento da força-tarefa em Curitiba.
A prorrogação vale a partir de 8 de setembro, o que significa que a Lava-Jato prosseguirá pelo menos até 8 de setembro de 2017. O conselho, órgão máximo de deliberação do MPF, também prorrogou por mais um ano o funcionamento da força-tarefa montada no Rio, destinada a desdobramentos da Lava-Jato no setor elétrico, mais especificamente na Eletrobras.
A força-tarefa em Curitiba já deflagrou 33 fases da Lava-Jato, operação que teve início em março de 2014. Até setembro de 2017, terão sido três anos e meio de investigações. Em Brasília, um grupo de trabalho da Procuradoria Geral da República (PGR) cuida dos inquéritos que investigam autoridades com foro privilegiado – além dos políticos, também são investigados suspeitos cujos atos estão conectados aos das autoridades políticas.
O foco principal da força-tarefa em Curitiba, hoje, é a elaboração das denúncias contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, suspeito de ter se beneficiado do esquema de desvios dos contratos da Petrobras. Entre as suspeitas estão a destinação oculta de um apartamento triplex no Guarujá, no litoral paulista, e a reforma de um sítio em Atibaia (SP), a cargo de empreiteiras investigadas na Lava-Jato. Lula nega ser o dono do apartamento e ter se favorecido na reforma do sítio.
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