O empresário Emílio Odebrecht, presidente do conselho de administração do grupo que leva o seu sobrenome, afirmou em acordo de delação que a Arena Corinthians, construída pela empreiteira, foi uma espécie de presente para o ex-presidente Lula, torcedor do time.
A informação foi publicada em reportagem do jornal Folha de S. Paulo. Segundo o empresário, que está negociado sua delação e de outros empresários do grupo, como de seu filho Marcelo Odebrecht, a construção do estádio foi uma “retribuição à suposta ajuda de Lula ao grupo nos oito anos em que comandou o país, de 2003 a 2010”.
A empreiteira construiu a Arena Corinthians entre 2011 a 2014, com custo bem acima do inicialmente planejado, superando R$ 1,2 bilhão, o segundo maior valor gasto nas arenas da Copa. O advogado Cristiano Zanin Martins, que cuida da defesa de Lula, se pronunciou através de nota, desqualificando o conteúdo das delações negociadas na Operação Lava Jato.
“A Lava Jato não conseguiu apresentar qualquer prova sobre suas acusações contra Lula. Na ausência de provas, trabalha-se com especulações de delações. Se a delação já não serve para provar qualquer fato, a especulação de delação não merece qualquer comentário”, diz o texto.
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians na época da construção e responsável até hoje pelos assuntos ligados à Arena, também questionou a reportagem. “Dizem que foi dado de presente para o Lula, e o Corinthians tem que pagar um financiamento de R$ 950 e tantos milhões? Que tipo de presente é esse?”, disse ao portal UOL.
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