O deficiente visual Teodulo Ferreira dos Santos, 33 anos, foi preso em flagrante na manhã desta quinta-feira (20), na Avenida Maria Quitéria, em Feira de Santana, por policiais militares da Ronda Maria da Penha. Ele confessou ter matado a companheira Risoleta Araújo de Alencar, 30 anos, que estava grávida de seis meses. O crime aconteceu na residência do casal, localizada no Parque São Jorge, bairro Santo Antonio dos Prazeres.
O acusado disse que a feriu com uma facada no pescoço durante uma discussão por volta das 5h da manhã de hoje (20) e que em seguida tentou fugir levando o filho da vítima, de outro relacionamento.
Ao Acorda Cidade o soldado Gonzaga, da Ronda Maria da Penha, disse que a polícia foi acionada por populares que desconfiaram do deficiente visual, uma vez que ele tentou embarcar em um ônibus na Estação Rodoviária, sem a documentação do garotinho.
“Ele confessou o crime para esses populares e quando soubemos da informação fomos à residência onde o casal vivia, e encontramos o corpo dela no chão e muito sangue. Ele tentou embarcar na rodoviária, mas como não conseguiu tentou outro destino e os populares foram atrás dele. Ele foi pego já próximo ao Comando de Policiamento Regional Leste (CPRL), na Avenida Maria Quitéria”, disse o policial ao Acorda Cidade.
Delegada desconfia de que ele não seja totalmente cego
A delegada Bianca Torres de Andrade esteve no local do crime com peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) e realizou o levantamento cadavérico. Segundo ela, a vizinhança relatou que o casal brigava com frequência.
“Eles tinham uma vida conturbada, ela foi morta com arma branca. Primeiro foi uma facada no queixo e depois uma facada na traqueia, que foi um golpe fatal, porque pegou a traqueia toda e ela morreu por conta disso. Ao que tudo indica ele é deficiente visual, mas provavelmente ele não é 100% cego”, disse.
Teodulo disse que a vítima sentia ciúmes dele e que a discussão ocorreu porque ele não quis levantar para fazer o mingau do filho dela. Ele disse também que ela escondeu a gravidez do primeiro filho porque não era dele, e desconfiava de que o que ela estava esperando também seria de outro homem.
“Ela mandou eu levantar para fazer mingau aí eu disse que não iria me levantar, depois ela me xingou e disse que eu não a ajudo mais em casa. Aí ela veio com a faca dizendo que eu ia ver minha desgraça e eu passei a mão assim, aí a faca riscou aqui em mim. Eu percebi que ela estava morta porque ela parou de respirar. Eu peguei um ônibus e desci no ponto da Zig, na Getúlio Vargas, aí peguei um táxi, fui para a rodoviária e perguntei ao motorista como eu fazia para pegar um ônibus para ir para Camaçari. Eu me sinto arrependido”, disse.
Acorda Cidade