Os 10 anos do programa Todos Pela Alfabetização (TOPA), criado em 2007 para combater o analfabetismo e a pobreza na Bahia foram celebrados nesta sexta-feira, 04, na Assembleia Legislativa da Bahia. Uma sessão especial de iniciativa da deputada estadual Neusa Cadore reuniu alunos, professores, coordenadores, supervisores e representantes de organizações sociais, como o Instituto Paulo Freire. A atividade contou ainda com a participação do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e ex-governador Jaques Wagner, responsável pela implantação do TOPA; do secretário estadual de Educação, Walter Pinheiro; além dos ex-gestores da pasta Osvaldo Barreto e Adeum Sauer, bem como os deputados federais Afonso Florence e Robinson Almeida.
Em 2007 quando o TOPA foi iniciado, a Bahia amargava um dos piores índices do Brasil em analfabetismo. Entre os adultos com mais de 40 anos a taxa era de 33,4% e caiu para 26,3% em 2013, de acordo com dados da SEI (Superintendência de Estudos Econômicos da Bahia). O programa já foi responsável pela alfabetização de 1,5 milhão de pessoas.
A coordenadora geral do TOPA desde a sua criação, Francisca Elenir Alves, lamentou os cortes sofridos pelo programa no governo federal. “É um crime que está acontecendo no país. A gente protesta, celebra e resiste. A gente continua acreditando, como nos ensinou nosso mestre Paulo Freire, que alfabetizar é um ato político, criador e transformador”.
A deputada estadual Neusa Cadore falou da educação como ferramenta de emancipação e afirmou que o TOPA é um marco simbólico porque se constitui como a porta de entrada para a inclusão educacional das pessoas mais excluídas da sociedade, como as mulheres e os negros. “Infelizmente, o governo ilegítimo de Temer desmontou uma série de políticas públicas que vinham colocando a educação brasileira num outro patamar”, disse elencando uma série de programas e projetos na área educacional.
“O TOPA conseguiu fazer algo que parecia inimaginável que foi levar cidadania e dignidade a 1,5 milhão e meio de pessoas. A nossa tarefa agora é continuar fazendo a busca ativa. Nossa responsabilidade como gestores e educadores é procurar aqueles que foram abandonados ao longo de décadas por governos negligentes”, afirmou o ex-governador Jaques Wagner.
Já o secretário Walter Pinheiro, destacou os passos seguintes ao TOPA, como programas importantes como a expansão do Pacto da Educação com os municípios. “O governador Rui Costa teve a sábia decisão de unir o programa ao Pacto pela Educação, em um regime de colaboração entre o Estado e os municípios, dando a essas pessoas, que foram vítimas durante anos e anos do não acesso à Educação na idade certa, mais dignidade para que sejam reinseridas na sociedade. O nosso novo desafio é pegar essas pessoas que foram alfabetizadas e fazê-las voltar à escola para aprender e aprimorar técnicas de suas atividades profissionais para que possam, efetivamente, dar o passo seguinte em suas vidas”.
História de superação
Guiando o próprio barco, a alfabetizadora do município de Ibotirama, Andreia dos Santos Santana, atravessava o rio São Francisco para dar ministrar suas aulas no distrito Itaim da Ilha Grande. A sala ficava meio da rua da comunidade, onde jovens e adultos aprenderam as primeiras letras. Assim como a jovem, 32 mil professores-formadores passaram pelo programa Todos Pela Alfabetização ao longo de uma década. “O TOPA foi fundamental na minha vida. O mais gratificante é que meus alunos eram moradores da zona rural e tinham dificuldade de vender na feira por não saberem ler. Hoje todos me agradecem. Foi uma grande vitória”, comemorou emocionada.
“O TOPA significa tudo na minha vida porque, graças a ele, hoje eu sei ler e escrever”, contou a deficiente visual Luciana Xavier, que representou na sessão especial todas as pessoas que foram alfabetizadas pelo programa.
Ao final da sessão, Andreia, Luciana e um conjunto de pessoas que faz parte da história de 10 anos do TOPA recebeu uma placa de agradecimento em homenagem pelos serviços prestados ao programa.
Fonte: ASCOM Deputada Neusa Cadore