Em entrevista à Rádio Cultura, de Foz do Iguaçu (PR), nesta terça-feira (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou a perseguição jurídica de que tem sido alvo, mas reafirmou que acredita na Justiça e vai utilizar todos os recursos necessários para fazer prevalecer o seu direito de ampla defesa. Lula enfatizou que a a Justiça “não pode estar politizada”
“Por isso estou brigando e agradeço a solidariedade de todo mundo”, frisou. “Eu me considero inocente condenado e perseguido. Aliás, é um julgamento eminentemente político. O juiz Moro, depois que nós entramos com recurso, disse que nunca disse que o apartamento era meu, que nunca disse que recebi dinheiro da Petrobras, mas me condenou”, completou.
Lula enfatizou que vai lutar pelo seu direito de se candidato a presidente e disse que apenas com eleições livres e limpas, o próximo presidente terá legitimidade para governar. “Enquanto não tiver um presidente legítimo, não tem solução”, disse.
Lula ressaltou o legado deixado após seus dois mandatos à frente do Palácio do Planalto, que lhe renderam 87% de aprovação do povo brasileiro. “Eu tenho consciência de que o Brasil viveu um dos melhores períodos no meu governo. Para isso é necessário uma palavra mágica chamada credibilidade”, avaliou.
“Hoje a União não tem nenhuma capacidade de fazer investimento. Os Estados, quase todos, não tem capacidade de investir. As prefeituras estão endividadas. Os empresários não confiam para fazer investimentos. E a iniciativa privada estrangeira está vindo aqui comprar ativos prontos”, apontou.
Lula criticou a agenda econômica do governo de Michel Temer. “O Brasil é muito grande, tem um potencial extraordinário. É preciso que as pessoas apenas entendam que o pobre precisar ser incluído na economia. Para o PIB voltar a crescer, o Estado precisa ser indutor”.
Caravana
Lula embarca para a quarta etapa do projeto Lula pelo Brasil no próximo dia 19. Desta vez, o ex-presidente vai percorrer os três estados do Sul do país. Serão ao menos 19 cidades na rota da caravana.
“Vou visitar as universidades e escolas técnicas para encontrar as pessoas que sonham em construir o Brasil. Vou conversar muito, sobretudo sobre o que vamos construir para o futuro do país. A caravana tem esse sentido, fazer as pessoas voltarem a acreditar no Brasil”, disse.