Mais um grave acidente tendo o álcool e a imprudência como um dos principais fatores, aconteceu no Km 03 da BA 120, trecho Conceição do Coité/ Retirolândia, por volta das 22h de quinta-feira (23) e deixou três rapazes que estavam na motocicleta em estado gravíssimo. As vitimas residentes no Povoado de Cantinho, identificadas como Edvaldo de Oliveira Pinto, 28 anos, seu irmão Paulo de Oliveira Pinto, 20 e Wagner Carmo da Silva, 23 anos, condutor da moto Honda Tittan, placa DCS 5576 licença de Praia Grande – SP, se chocou contra o Corsa Wind placa JNR 1637 de Salvador, dirigido pelo mecânico Rogério da Silva Amorim, 20 anos, morador da Fazenda Grande I, setor 3 em Salvador, ele estava na companhia da jovem Lucimara Silva Lopes, 22 anos, moradora da Rua Conselheiro Franco, Bairro Açudinho em Coité, ela também chegou a ficar em observação, já que sofreu escoriações, pois o choque foi todo no lado do passageiro. Rogério nada sofreu.
O motorista do carro disse que seguia pra Valente e a moto vinha sentido contrário, “a moto vinha na contra mão com farol alto, depois voltou para a mão dela e retornou para a contra mão quando já estava praticamente em cima do carro, não pude fazer nada, só recebi o choque” contou Rogério ao CN.
Informações de amigos davam conta que a moto foi locada de um comerciante ás 17h por Wagner conhecido “Coca” que disse no ato da locação que iriam para o Povoado de Tapera em Conceição do Coité, próximo aonde residem. Nenhum documento da moto que veio de São Paulo foi apresentado a polícia.
Sofrimento das vítimas – O acidente aconteceu ás 22h, sendo que Paulo e Coca, desacordados ficaram no solo do asfalto por 20 minutos, até a chegada da brigada de bombeiros voluntários, que socorreu as vítimas numa ambulância que atende a organização cedida pela empresa PAFAC. Apesar da boa vontade dos voluntários e do empresário que colabora com eles, o veículo só pode ser utilizado em curto trajeto, pois está com problemas na caixa de marcha.
Ás 22h30, uma ambulância nova pertencente à mesma empresa, projetada para funcionar com UTI móvel, chega ao local e resgata Edvaldo Pinto para a emergência do Hospital Regional, aonde chegou sentindo muitas dores, porém conseguiu dizer a identidade dos outros dois.
Ás 22h50, um carro saiu sentido a Comunidade do Cantinho, distante 07 km da sede de Conceição do Coité com o objetivo de localizar os familiares e providenciar seus documentos.
Ás 23h20 começou a chegar os parentes e o desespero por saber que não havia ambulâncias da Prefeitura na cidade. O coordenador dos veículos da área de saúde, Edson Pereira, disse ao CN que o município tem apenas 03 ambulâncias, sendo que duas haviam viajado transportando vítimas de outros acidentes durante a tarde. Uma estava presa do HGE, pois só é liberada após o procedimento médico na emergência que define se o paciente irá ficar ou não internado. Outra estava no pátio do Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana e não tinha como retornar a cidade, pois o paciente que havia transportado, apesar de estar internado, usava a maca do veículo e só era possível retornar quando surgisse uma maca disponível para a transferência do paciente. Por último, a terceira, está quebrada.
Às 23h45, chega um taxi alugado pela Prefeitura e como dificuldade, Edvaldo Pinto é colocado no banco da frente, que foi inclinado. A forma com transportar o paciente que queixava de muitas dores levou cercas de dez minutos. Todo esse movimento acontecia sob os olhares apreensivos dos parentes, que pela simplicidade de serem agricultores familiares, sofriam calados, demonstrando muita ansiedade.
Às 00h35, encosta a nova ambulância do PAFAC, segundo Edson Pereira, solicitada por ele e custeada pela Prefeitura, para transportar Paulo e Coca, que apresentavam um quadro complicado, desacordados, da mesma forma como foram encontrados após o acidente e com suspeitas de trauma.
O motorista da ambulância foi recomendado seguir diretamente para o HGE, saindo ás 00h45.
Assim, a dificuldade de ambulância e para providenciar dos documentos das vitimas, durou quase 2 horas.
Medico faz apelo – O médico e diretor do Hospital Regional, Enéas Araújo e duas enfermeiras tiveram muito trabalho para atender três vítimas ao mesmo tempo precisando de atendimento urgente. “Todo procedimento que deve ser feito está ai, entubamos as vítimas, colocamos colete cervical, para protegem de possíveis fraturas, e agora é só aguardar, mas volto a repetir, os políticos precisam tomar providências para que o atendimento seja melhorado, se não tem recurso não se pode fazer muita coisa, e é justamente por falta de recurso financeiro que estou aqui sozinho para atender toda a população” desabafou Enéas.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas