Terminou nas primeiras horas de sexta-feira (24), a parte profana dos festejos do padroeiro do município de Quijingue, São João Batista. O município que fica localizado no território do sisal, tendo com o acesso principal a BA-381, que liga a BR-116, á 40 Km de Tucano e 20 km antes de Euclides da Cunha, recebeu durante os dias 21, 22 e 23, visitantes de toda região e o ponto alto das apresentações dos shows, sempre após ás 22h, chegava a reunir uma multidão superior a dez mil pessoas, segundo a comissão organizadora do evento.
A última noite, ás 00h15, foi marcada pelo show romântico do mineiro natural de Teófilo Otoni, Leonardo Magalhães, nacionalmente conhecido “Léo Magalhães” que emocionou e formou um coral com mais de dez vozes e durante duas horas cantaram músicas sertanejas.
Dono de uma voz romântica, amante incondicional da música sertaneja, conforme falou ao CN, ele lembrou que na adolescência, começou a transformar seu gosto em verdade, tornando possível o seu sonho de cantar em público tonando uma grande revelação do cenário musical brasileiro.
Por duas horas ele apresentou um repertório com canções de duplas sertanejas consagradas que mais se identificavam com seu estilo próprio de cantar e sucessos como “Camas Separadas”, “Amor Rebelde”, “Cara Metade” e “Só da Ela no Meu Coração”. Canções responsáveis pela marca de 150 mil cópias vendidas, rendendo a Léo o seu merecido espaço na mídia nacional.
Pura alegria – Outros grupos passaram pelos dois palcos armados na Praça principal da cidade. No primeiro dia se apresentaram Chico D’Oliveira, Puro desejo, Rabelo Gonzaga e Forro do Bom com a presença de “Rainha do Forró” Kátia Cilene, que apresentou o ritmo do forró original com musicas novas e num determinado momento os forrós das antigas. Na quarta-feira, foi à vez de Frank e Alex, “a pancada sertaneja”, apresentar o que há de melhor no repertório da dupla a exemplo de Primeiro de abril, Meteoro, Mistério do Coração, Vou fazer Pirraça e Você não sabe o que é Amor.
Caciques do Nordeste e Zezinho da Ema, que tem sempre lugar marcado na programação junina de Quijingue pela forte ligação com a comunidade, foram responsáveis pelo arrasta pé que deixou a saudade para a edição de 2012.
A programação elaborada pela primeira dama do Município, Célia Alves e segundo publicação no diário oficial do município, o investimento na contração dos artistas foi de R$ 273 mil. A prefeitura também investiu na contração de sistema de sonorização, palco, gerador, iluminação, hospedagens e publicada do evento.
Parte religiosa – Quijingue e Barrocas no Território do Sisal são as únicas que festejam além do profano o religioso na época de São João, que também é padroeiro dos municipios. Em Quijingue, no final da tarde de quinta-feira (24), foi realizada uma procissão com a imagem do santo percorreu as principais ruas da cidade e em seguida foi celebrada a missa festiva em louvor ao santo pelo padre André, encerrando os festejos. São João é reverenciado, segundo a história do munícipio, desde o século XIX, quando as atividades religiosas aconteciam na Fazenda Onça, de propriedade do Sr. Gregório José de Almeida, um dos fundadores de Quijingue, que na época pertencia a Tucano.
A festa surgiu como forma de agradecer aos santos do mês, Santo Antônio, São Pedro e em especial, São João, pelas chuvas e a fartura no campo, o que fortalecia ainda mais a festa elevando as comemorações pelos chamados “bons tempos” e a fartura de milho e feijão.
Crescendo a cada ano e ganhando fama na região, passou chamar “São João da Onça”, frequentado por todos os moradores da região e posteriormente São João Batista tornou-se o padroeiro da cidade.
Durante os dias de festa, se confunde o religioso e o profano com diversas atividades como a queima de fogos, fogueiras, balões, muito forró com sanfoneiros e animação com bandas de pífanos, além de diversas outras brincadeiras juninas. Tudo isso regado a muita comida e bebidas típicas.
Como não para de crescer, a festa da Fazenda Onça foi transferido para a Fazenda Lagoa Grande, onde foram construídas as primeiras casas e a capela de São João Batista, nascendo oficialmente à cidade de Quijingue, que completou em março 50 anos de emancipação política.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Assessoria de comunicação e Raimundo Mascarenhas