O perfil médio dos 513 deputados federais eleitos se assemelha ao dos candidatos que disputaram as eleições deste ano. A partir de 2019, a Câmara dos Deputados continua a ser composta, principalmente, por homens, brancos, casados e com ensino superior. A idade média é de 49 anos (elas variam de 22 a 84 anos). O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considera a idade dos deputados federais no dia do 1º turno das eleições – ou seja, em 7 de outubro.
Os representantes mais jovem e mais velho da Câmara são mulheres. Luisa Canziani (PTB-PR) tem 22 anos e será a mais nova da Casa. Eleita pelo PSOL de São Paulo, aos 84 anos, Luiza Erundina foi a mais velha eleita para o cargo neste ano. Quase a maioria dos deputados federais eleitos (46%) informa ao TSE ter a ocupação de “deputado”. Um levantamento do G1 já mostrou ainda que os milionários na Câmara são 47% dos 513 deputados federais eleitos.
Gênero
A proporção de mulheres continua a ser bem inferior à de homens, apesar de a participação feminina na Câmara ter saltado de 51 para 77 na comparação de 2014 com 2018. As mulheres passam a ocupar, portanto, 15% das cadeiras na Casa. Os homens conquistaram 436 vagas na Câmara – o que responde pelos 85% restantes.
Vinte anos atrás, o resultado das urnas nas eleições de 1998 foi ainda menos favorável às mulheres. Apenas 29 foram eleitas para o cargo. Na época, elas ocupavam 5,7% das cadeiras. Os homens conseguiram naquele pleito 484 vagas (94,3% do total).
A população brasileira é formada majoritariamente por mulheres. Segundo o IBGE, 51,8% são mulheres; e 48,2%, homens.
Etnia
O TSE só tem informações da etnia dos candidatos a partir das eleições de 2014. Por isso, só é possível comparar os dados de 2018 com a eleição presidencial anterior. Em 2014, 411 deputados federais informaram ser brancos (80,1%), seguidos por pardos (81) e pretos (21). Nenhum deputado federal eleito declarou ter como etnia indígena ou amarela naquelas eleições.
O número de deputados federais que se declaram pardos subiu de 81 para 104 na comparação de 2014 com 2018. Já o número de pretos eleitos não oscilou e permaneceu em 21. As cadeiras ocupadas por negros (pretos e pardos) passaram de 102 para 125 em quatro anos e, a partir de 2019, respondem por 24,4% da Casa.
A composição da Câmara, porém, ainda será formada majoritariamente por brancos (75% do total). Desta vez, há também eleitos que se declaram indígena (1 deputada) e amarelos (2 deputados). A deputada indígena é a advogada Joenia Wapichaca, eleita pela Rede em Roraima. Já os deputados federais que se declaram da etnia amarela são Kim Kataguiri (DEM-SP) e Luiz Nishimori (PR-PR).
A proporção continua, porém, abaixo da encontrada na população – 55,9% dos brasileiros são negros, sendo que 47,1% se identificam como pardos e 8,8%, pretos. A parcela que informa ser branca responde por 43,1% da população. Apenas 1,1% se declara como amarela ou indígena. Os dados são do 2º trimestre deste ano da Pnad Contínua, do IBGE.
Ocupação
No total, 236 dos 513 deputados federais eleitos (ou 46% do total) declaram ser “deputado”. Nas eleições anteriores, essa também foi a ocupação mais apontada pelos eleitos. Em 2014, esse rótulo foi declarado por 244 eleitos (47,6% do total). Em 2010, por 268 eleitos (ou 52,2%).
Em seguida, as ocupações mais frequentes em 2018 são empresário (9,9%) e advogado (7,6%). O percentual de eleitos que informam ser empresários é maior a cada resultado eleitoral. Neste ano, são 51 representantes.
O número é superior ao mesmo dado registrado noutras eleições: 42 em 2014; 35 em 2010; 32 em 2006; 23 em 2002; e 14 em 1998.
Estado civil
A proporção de solteiros entre os deputados federais eleitos também continuou a subir, de acordo com o resultado deste ano. No total, 111 dos 513 deputados (ou 21,6% do total) declaram estar solteiros. Em 1998, por exemplo, apenas 37 representantes (ou 7,2%) tinham apontado esse estado civil.
Apesar disso, os casados ainda são predominantes na Câmara dos Deputados. Neste ano, 355 representantes (ou 69,2%) informam ao TSE ter esse estado civil. O percentual de eleitos casados já foi de 77%, índice registrado nas eleições de 1998.
Os registros do estado civil dos deputados federais acompanham uma tendência já identificada nas análises das candidaturas.
G1