A Rede Record, emissora do bispo Edir Macedo, superou a Globo em relação ao recebimento de investimentos do governo com publicidade nos três primeiros meses do governo Bolsonaro. Os dados foram constatados através de um levantamento do UOL, com base em informações da Secom (Secretaria Especial de Comunicação), órgão ligado ao Planalto.
Com a promessa durante a sua campanha de reduzir gastos com a publicidade governamental, Bolsonaro atingiu em seus três primeiros meses de governo um aumento de 63% nos investimentos na área. O dado é um comparativo com o mesmo período de 2018. Em outros números, já foram gastos até agora cerca de 75,5 milhões frente aos R$ 44,5 milhões dos três primeiros meses do ano passado.
Entre os gastos que compõem o montante, estão os repasses de verbas para empresas de comunicação do Brasil. O UOL também fez outro comparativo entre os anos de 2017 e 2019 e concluiu que ocorreu uma inversão destes repasses entre Globo, Record e SBT .
Em primeiro lugar em 2017, a Globo manteve a colocação em 2018 como veículo que mais recebeu verbas do governo, cerca de 5,93 milhões entre janeiro e março. A Record aparecia em seguida com R$ 1,308 milhão e o SBT, em terceiro, com R$ 1,21 milhão.
Já em 2019 sob o governo Bolsonaro, a Record pulou para a primeira colocação, no mesmo período, com R$ 10,3 milhões, um aumento de 659%. O SBT também pulou uma colocação e ficou em segundo com R$ 7,3 milhões. A Globo passou de primeiro para terceiro, com uma verba na casa dos R$ 7,07 milhões. Vale lembrar que Edir Macedo, dono da Record, declarou antes mesmo do primeiro turno seu apoio ao então candidato Jair Bolsonaro na corrida presidencial de 2018.
Procurada pelo portal, a assessoria que representa o presidente declarou que os valores apresentados no levantamento sobre primeiro trimestre de 2019 são referentes a contratos estabelecidos pelo ex-presidente Michel Temer.
“Primeiramente, é necessário esclarecer que os valores indicados pelo jornalista se referem aos pagamentos realizados pela veiculação de campanhas publicitárias autorizadas e executadas em anos anteriores, e, portanto, sem relação com os investimentos previstos para a publicidade em 2019”, informaram.
O UOL também tentou contato com a Record e o SBT para prestar esclarecimentos sobre o aumento do repasse de verbas, mas até então, nenhuma das emissoras responderam aos questionamentos apresentados pelo portal.
Fonte UOL/BN