Aconteceu na noite de domingo, 23, mais um tradicional Forró Jegue do distrito de Aroeira em Conceição do Coité que comemorou 25 anos de muita alegria e irreverencia, pois a cada ano o jumentinho traz um tema. Já foi presidente, prefeito, piloto, jogador, cantor, e até presidiário para referenciar os condenados do ‘Lava Jato’. O Jegue surgiu vestido de presidiário dentro das grades – veja
De acordo com Edevaldo Santiago Ramos, popularmente conhecido por Dé de Aroeira, o tema deste ano foi “Jegue Prateado”, alusivo a comemoração de bodas de prata. Até o ano de 2012 acontecia durante as comemorações juninas promovidas na comunidade pela Prefeitura, os festejos foram antecipados para uma semana antes e o Forró Jegue passou acontece de forma isolada na data de São João onde reúne milhares de pessoas.
São confeccionados camisas, copos, pinicos e adesivos que são vendidos a preços populares para pagar as despesas do evento. “O folião não precisa comprar tais adereços para participar, pois tudo é realizado na praça pública sem cordas, sem portas e sem tramela”, garante Dé.
A cada tema da festa é criada uma música e o cantor Marquinhos da Batukuerê soltou a voz e a multidão saiu atrás do trator onde estava o ‘grande artista’ da festa e mais atrás um trio elétrico fazendo o povo balançar o esqueleto. Veja a letra da música no fim desta matéria.
Como surgiu o Forró Jegue
Depois de passar o carnaval em Bom Jesus dos Pobres, Saubara-Ba, onde dançaram ao som do Trio Jegue, os amigos Valmir Del Rio e Tonho de Luciana trouxeram a idéia para o Distrito numa versão voltada para o forró, cujo inicio se deu com um jegue levando um surrado toca-fitas, uma bateria de carro e umas caixas de som numa cangalha.
Naquele ano a intenção era percorrer todas as ruas do então povoado parando nos bares para o “abastecimento”. Nos anos vindouros o jegue já puxava o som em uma carroça que tão logo foi substituída por um carro de som, o qual, deu definitivamente lugar ao trio elétrico.
Em sua longa trajetória, sempre teve um tema com assuntos atuais ou fatos corriqueiros da região. No primeiro ano, a festa recebeu o nome de Jegue Corno que contou a história de um jegue traído, cuja dor fora curada dançando forró com seus amigos de Aroeira. Um fato marcante no Distrito quando um avião precisou fazer um pouso forçado dentro de uma fazenda em Aroeira, isto serviu de inspiração para equipe trazer o jegue piloto.
Muitos desses temas provocaram polêmicas com a introdução de assuntos políticos religiosos e bregas. O jegue já representou o doutor, prefeito, presidente, ator, cantor, putão, mensaleiros, aposentados, caminhoneiro entre outros, de maneira que atraiu até equipes de televisão com destaque para o CQC da Band diretamente de São Paulo.
As músicas que antes eram plagiadas, hoje são compostas pelas pessoas da comunidade com muita irreverência, frases engraçadas e uma pitada de ousadia dando um brilho maior à festa.
Letra do JEGUE PRATEADO.
Há muito tempo ele chegou da roça
Puxando na carroça um forró bom arretado
E de Aroeira se tornou um filho
E foi pegando brilho e ficando prateado- BIS
São 25 anos de chamego e pega-pega
Tem 25 anos que levou chifre da jega
São 25 anos de xodó e alegria
Tem 25 anos de furndunço e ousadia
E tem gente bonita
E tem cachaça, moça namoradeira e cabra namorador
O povo agita
Balançando a praça, por onde passa deixa o rastro do amor
REFRÃO
E Tem rala-bucho, tem fuzuê
Tem nheco-nheco, taratá e teretê
Tem rala-bucho, tem fuzuê
Tem nheco-nheco, taratá e teretê – BIS
Eu também vou quem vais “mais eu”
Atrás do forró- jegue só nao vai quem já morreu BIS
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