Uma reunião realizada com a prefeitura, empresários e representantes do comércio e da indústria na tarde desta quinta-feira (19), em Feira de Santana, decidiu que o comércio da cidade ficará fechado do dia 21 até o dia 29 de março. Postos de gasolinas, farmácias e supermercados funcionam. Os setores de bares e restaurantes estão sendo recomendados a adotarem algumas medidas preventivas para evitar a disseminação da doença.
A decisão foi divulgada através do Twitter do prefeito Colbert Martins e ele afirmou que a medida faz parte das ações de combate ao coronavírus. Apenas os serviços essenciais vão funcionar. De acordo com Colbert, após o dia (29), será feita uma nova avaliação para decidir se o comércio continua fechado ou não.
De acordo com a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom), os representantes dos segmentos do comércio, indústria e serviços voltam a se reunir, na próxima sexta-feira (27) às 14h30, no Paço Municipal Maria Quitéria, para avaliar a evolução da disseminação do coronavírus.
Consequências econômicas
O prefeito destacou que a medida trará grandes consequências econômicas para a cidade, mas há outra saída.
“Há sim um grande problema na economia, queda de circulação de mercadorias, de circulação de impostos, redução de consumo de combustível e isso tem sim um impacto econômico imediato, forte e tem um impacto a médio e longo prazo. Esse ângulo do ponto de vista econômico está absolutamente comprometido.
Segurança
O prefeito informou que para evitar arrastões e arrombamentos, a Polícia Militar e a Guarda Municipal estão se articulando para garantir a segurança no centro comercial.
“Imaginar que bandidos possam agir em uma emergência dessas que estamos passando, eu acho que se isso acontecer será uma resposta extremamente dura, porque isso afeta a todos nós. Se alguém entender que esse é o momento de fazer um tipo de ação como essa, eu acho que a nossa reação será dura e proporcional a esse tipo de ação”, afirmou.
Arrecadação de Impostos
Sobre a arrecadação dos impostos, Colbert Filho disse ao Acorda Cidade que a Secretaria Municipal da Fazenda está avaliando quais medidas serão tomadas.
“O governo Federal está tomando algumas medias, tem adiado alguns prazos, nós vamos ter que fazer isso e eu vou fazer exatamente essa avaliação, vendo exatamente como é que a prefeitura pode continuar a funcionar com absoluta redução de receitas. Já caiu a transferência de Brasília, o FMPM caiu 20%. A tendência do ICMS é mais de 15% de redução. As nossas receitas próprias, a expectativa de queda de ICSS e IPTU, é uma queda acima de 20% e amanhã eu vou reunir todos os secretários e vou começar a apertar os cintos. Teremos redução de gastos de combustíveis, redução do uso de veículos, cafezinho, o que for necessário cortar, férias, diárias, viagens e a ideia é restringirmos ao máximo o que for necessário, restringir os nossos gastos para poder ter dinheiro de alguma forma para outras despesas”, explicou.
Funcionamento da prefeitura neste período
Segundo o Colbert, a prefeitura e as secretarias de Saúde, da Educação e da Fazenda funcionarão.
“Para isso estamos dividindo por turno, para diminuir a aglomeração de pessoas. A secretaria da Fazenda tem que continuar funcionando até porque tem pagamentos a serem feitos, a Secretaria de Educação, apesar de as escolas estarem fechadas, nós estamos fazendo várias licitações (…). As pessoas acima de 65 anos de idade, grávidas, ou pessoas que têm algum outro tipo de doenças, essas pessoas desde ontem já estão sendo aos poucos afastadas do seu trabalho”, disse .
Haverá antecipação de salários dos servidores?
“Estamos avaliando quais são as nossas condições econômicas para poder continuar a manutenção do equilíbrio de pagamentos. Se nós anteciparmos os salários, nós estamos diminuindo a nossa capacidade de fazer outros serviços. Até agora não recebemos nada do Governo Federal, mas já gastamos com luvas, já gastamos com máscaras, estamos nos deslocando permanentemente para as ações [de combate ao vírus], estamos gastando com capas específicas e descartáveis. Esperamos que deste recurso que vem para a Bahia, 31 milhões, uma parte venha para Feira de Santana para fazer face as despesas que vão acontecer.”
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade