Foi noticiado no início do mês de abril pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) que mais de 1 bilhão de pessoas corriam risco de demissão ou corte de salário em consequência da crise mundial na economia provocada pela pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) e de lá para cá infelizmente vem se cumprindo.
Em Conceição do Coité, município do Território do Sisal da Bahia, mais precisamente no Distrito Salgadália, está instalada a indústria de reciclagem PLASTSAG principal geradora de emprego daquela comunidade, e se depender da sua diretoria não entrará nestas estatísticas de desemprego.
O Calila Notícias conversou com o diretor-sócio da empresa, Fagner Ferreira, ele não escondeu a dificuldade que já vem enfrentando, mas garante que fará de tudo para manter o quadro de colaboradores (funcionários). Fagner é filho de Francisco Apolônio, conhecido Chico de Salgadália que fundou a empresa no distrito, ambos deram a contribuição ao município de Coité quando estiveram a frente da Secretaria da Indústria e Comércio, Fagner cumpriu essa missão mais recentemente e deixou a pasta a quase um mês.
Segundo Fagner está difícil a situação para todas empresas, ele relatou que a Plastsag para atender a demanda funcionava em três turnos, mas com a pandemia no mundo atingiu em cheio todas elas, no caso da Plastsag diminui para um turno e meio, mas manteve todos os funcionários.
“A pandemia veio para dar um alerta a toda nação e serviu para frear algumas coisas, mas também está trazendo sérias consequências. Assim como a maior parte do comércio parou, principalmente na região sisaleira onde temos uma grande clientela, as consequências chegaram, pois, fornecemos embalagens e com os decretos que determinavam o fechamento do comércio de seguimento considerado não essencial, atingiu em cheio nossa empresa o que fez com que buscássemos a readaptação”, contou Fagner.
De acordo com o empresário, a Plastasag funcionava 24h (três turnos) de segunda a domingo e foi obrigada a reduzir pela metade, “mesmo assim não demitimos ninguém e nem pretendemos fazer isso, porque entendemos a necessidade do trabalhador. Demos férias a alguns deles, antecipamos as férias de outros, tudo atendendo o que reza a legislação, graças a Deus nessas duas últimas semanas o comercio de Coité e algumas cidades reabriram e conseqüentemente tem aumentado os pedidos, vamos aguardar dias melhores, nossa intenção não é demitir ninguém, porque nós temos uma responsabilidade social e sabemos o quanto cada um dos nossos colaboradores necessitam do emprego, assim como nós precisamos deles,” reconhece.
Segundo Fagner, a Plastasag gera cerca de 55 empregos diretos e outras dezenas de indiretos, somente Salgadália e comunidades da região do distrito.
A Plastasag assim como todas as industrias não entraram na lista para suspender os trabalhos diante da pandemia, mas procurou atender minuciosamente o que pede os órgãos de saúde pública para evitar a propagação do novo Coronavírus (Covid-19).
Ferreira disse que antes da Covid-19, sempre procurou seguir a risca a determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) oferecendo os EPI,s (Equipamento de Proteção Individual) a todos os colaboradores que são supervisionados por um técnico de segurança. Com a publicação dos decretos municipal e estadual foram feitas algumas adequações para evitar aglomerações, inclusive diminuiu a quantidade de pessoas na área de produção, a comunicação passou a ser mais por celular, reduziu a presença de terceiros na empresa. Além de tudo isso, foram feitos alguns lavatórios para lavagem permanente das mãos dos colaboradores e dos clientes, sendo todos produzidos com materiais reaproveitáveis,
“Estamos fazendo higienização dos nossos carros e caminhões na chegada e na saída, na tentativa de proteger ao máximo nossos funcionários para que não venham a serem infectados com esse terrível vírus”.
Fagner aproveitou para deixar uma mensagem para cada trabalhador neste 1º de Maio, Dia Mundial do Trabalho.
“ Eu tenho como filosofia de vida que trabalhador não é só aquele que tem a carteira assinada ou que bate ponto. Trabalhador pra mim é aquele que de alguma forma consegue levar o alimento para dentro de casa. Para os meus colaboradores (funcionários) peço a Deus para que possamos reunir condições de estarmos juntos agora e no futuro. Dizer a eles que são pessoas fundamentais para empresa, se eles se sentem agradecidos por a gente proporcionar a satisfação de pode levar o pão pra sua casa, saibam que através de vocês o alimento chega a nossa mesa também. Costumo dizer que eu, juntamente com meu pai e minha família não conseguiríamos fazer tudo sozinhos, por isso contamos com nossos competentes colaboradores para tocar a empresa. Aos demais trabalhadores de outras empresas, público, o autônomo, tenhamos paciência, está difícil e o mundo inteiro sofre com o mesmo problema depois de mais de cem anos, é algo novo pra todos nós, vamos nos preservar, vamos superar essa fase e em breve voltaremos a viver dias melhores”, concluiu Fagner Ferreira.