A previsão de queda da curva de casos e mortes na Bahia é na segunda quinzena de agosto, segundo a análise do infectologista Antônio Bandeira. De 6 de março, quando o primeiro caso da covid-19 foi registrado em Feira de Santana, até agora, o estado já contabilizou 157.334 pessoas infectadas e 3.321 mortes.
Dados divulgados pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) mostram que mais de 56% das pessoas que morreram infectadas pelo coronavírus eram homens e que mais de 76% das vítimas tinham algum problema de saúde pré-existente.
“Eu estimo que a gente comece a ter uma percepção de uma queda a partir da segunda quinzena de agosto e ela vai sendo levada a partir daí. A segunda quinzena de agosto, entra em setembro, mas tenho dúvida que até o dia 31 de dezembro desse ano, nós vamos ter que manter as medidas”, disse o infectologista.
Entre os municípios baianos, Salvador tem o maior número de casos confirmados (54.458) e de mortes (1.669). De acordo com a média móvel, em 16 de julho eram 2.579 casos do coronavírus por dia aqui no estado e nesta quarta são 3.441, um aumento de 33%.
Segundo os infectologistas, vários fatores interferem no número de casos e mortes por covid-19, como por exemplo a quantidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por 100 mil habitantes, o número de idosos na população e a forma como cada município respondeu à pandemia com ou sem medidas de isolamento. Na Bahia, os especialistas também atribuem ao comportamento das pessoas, os números elevados da doença.
“As pessoas precisam entender que elas precisam usar máscaras, elas precisam entender que precisam comprar as máscaras, usar cobrindo o nariz, a boca, o tempo todo. As pessoas precisam entender que precisam manter distância entre uma pessoa e outra, que não podem se aglomerar”, disse o infectologista Antônio Bandeira.
“O covid-19 é altamente transmissível. Se nós tivéssemos sem controle, nós estaríamos disparando e não é o que está acontecendo, mas a gente pode fazer melhor. A população precisa entender que é um trabalho que ela é responsável”.
A média móvel de óbitos na Bahia é considerada estável. A média de mortes no estado, que há 14 dias era de 52 pessoas, diminuiu para 47, uma redução de 10%.
“Nós temos hoje uma das taxas de letalidade mais baixas do Brasil, de mortalidade também muito baixa, mas o número absoluto de vidas é muito alto e nós estamos lutando para que esse número caia”, disse o secretário de saúde Fábio Vilas-Boas.
“Embora não estejamos piorando o número da mortalidade, que é algo muito bom, ao mesmo tempo, o número absoluto é muito alto. Todos os dias nós perdermos 40 vidas para o coronavírus, são vidas que não voltam”, concluiu.
G1/BA