As mulheres, acostumadas com movimentos de protestos e a lutarem pelos seus direitos, não aceitaram ficar distante do palco onde se apresentou na noite de terça-feira (26), a cantora baiana Margareth Menezes. Em frente ao palco foi reservada uma área “vip”, onde estavam diretores da CONTAG, representantes do Bando do Brasil e a Ministra da Cultura Anna Maria Boarque de Holanda e num determinado momento, a cantora disse que não estava satisfeita com a distância do público.
Foi o estopim para que a multidão, começando pelas mulheres mais jovens, começarem a saltar as grades de proteção e depois, apesar do esforço em vão dos seguranças, as demais participantes da marcha, empurrarem as proteções e ocuparem todo espaço próximo do palco, onde a artista se apresentava.
Daí em diante, tudo foi alegria e com repertório quase todo inspirado na vida rural, a baiana Margareth Menezes colocou as Margaridas para dançar e cantar por mais de duas horas. O Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade de Brasília balançou ao som da cantora.
O show começou com Maria, Maria, de Milton Nascimento. Nesse momento, Margareth entrou no palco de mãos dadas com Carmen Foro, a coordenadora nacional da Marcha. O público vibrou, se emocionou e cantou junto: “Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana, sempre!”.
Entre uma música e outra, Margareth Menezes disse palavras de incentivo à luta das trabalhadoras rurais por melhores condições de vida, contra a violência e pela igualdade de gênero.
Como não podia deixar de ser, a canção-lema da Marcha ganhou a voz forte da baiana e as mulheres engrossaram o coro: “Olha Brasília está florida, estão chegando às decididas. Olha Brasília está florida, é o querer, é o querer das Margaridas”.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas