Um avião monomotor Ipanema 202 da Embraer, prefixo PT –UPB da Empresa Precisão, que presta serviço de pulverização em lavoura, fez um pouso forçado por volta das 07h desta quarta-feira, 7, na fazenda Jenipapo a 1 km do sede do distrito de Aroeira, zona rural de Conceição do Coité, pertencente a Afonso Guimarães.
De acordo com o piloto Diego dos Santos, 32 anos, natural de Rio Grande do Sul, que não sofreu ferimentos, ele voava sozinho de Pilões no estado de Sergipe de onde saiu as 06h com destino a Catalão em Goiás, cuja previsão de chegada era as 14h, quando sentiu a aeronave perder potencia a 2 mil pés (600 metros de altura). Antes de Catalão ele faria um pouso em Itaberaba para abastecimento.
“Ao perceber o defeito eu comecei a procurar um local para realizar o pouso, vi muitas casas no povoado, como a aeronave perdia altitude mudei a rota e desci nesta fazenda , antes eu descartei o combustível quase todo, deixei apenas 20 litros” contou. O piloto que reside em Carazinhos – RS disse que faz esse tipo de atividade há seis anos, e retornava de um serviço agricola em Sergipe.
Antes de parar no meio do pasto, o avião bateu a asa esquerda numa árvore e arrancou uma cerca. O piltovo não soube informar o que pode ter acontecido, apenas descartou a possibilidade de excesso de peso, pois segundo ele a capacidade é de 750 kg e apenas ele estava a bordo.
O agricultor Jone Cruz Guimarães, 37 anos, filho do proprietário da fazenda, foi o primeiro a chegar ao local. Ele contou ao CN, que estava chegando ao curral e ao abrir a cancela percebeu um barulho que vinha do céu e ao olhar para cima viu a aeronave soltando fumaça e dando estouro, parecendo um carro com dificuldade de funcionar, ou seja, numa linguagem bem popular, “colocando para pegar no tombo”. “Quando vi aquilo me assustei e fiquei de olho, até que desapareceu na baixa, peguei minha moto e fui até lá, encontrando o piloto que já estava fora do avião, tentando telefonar, e ao me vê perguntou onde ele estava. Perguntei se estava bem e ele disse que apenas com tontura. Procurei acalmar ele e dai em diante começou a chegar gente”, contou Jone.
Logo em seguida chegou Sandoval Ferreira das Silva, também agricultor familiar. Ele contou que estava chegando ao distrito quando viu a comunidade em pânico com o barulho que aeronave causava e passou a acompanhar com o olhar da atenção, pois sabia que ia cair. “A gente veio correndo e deixamos outras pessoas providenciando carro para socorrer, caso houvesse vítimas, mais graças a Deus não necessitou”.
De acordo a dona de casa Dinorar Gomes, deu tempo até rezar. “O avião passou baixinho no quintal da minha casa e eu gritei como as mãos para cima, “segura em tuas mãos Jesus e não deixa cair” e minha oração foi atendida”, falou a mulher.
O Distrito de Aroeira fica a 19 km da cidade de Conceição do Coité e é habitado por agricultores familiares que conservam viva as culturas populares, dentre elas o “samba brasileiro”. O vereador Edevaldo Santiago (PP), que mora na comunidade, é um dos incentivadores, e sambador e até autor de alguns sambas.
Em um deles, criado pelo político, fala que um dia um avião ia cair na Aroeira. No refrão, Dé, com o é conhecido, escreveu que “vai cair um avião perto da Aroeira. Vai sair lasca de fogo e vai subir poeira”. Impressionado com a concretização do que contou na letra do samba, Edvaldo compareceu ao local e prestou todo apoio ao piloto, que estava ainda assuntado com o acidente.
Outro caso aconteceu há mais de 40 anos em Coité – O advogado Eustórgio Resedá contou ao CN que há mais de 40 anos, uma aeronave, também monomotor, apresentou problemas mecânicos e teve que fazer um pouso forçado na estrada de cascalho, hoje BA 120, na altura do Alto do São João, próximo à residência do agricultor “João de Maria Surda”, onde hoje é a Churrascaria São João.
Por sorte os ocupantes não sofreram nada, mais a reação popular foi à mesma, pois isto aconteceu na tarde de uma sexta-feira, dia da feira livre da cidade de Conceição do Coité, atraindo muitos curiosos para o local.
Esta sendo aguardado uma equipe de especialistas para estudar as causas, antes a grande missão será como retirar a aeronve do local, pois é de dificil acesso.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas