Cinco meses se passaram desde o desaparecimento de Davi Lima Silva, de 11 anos, e a mãe do garoto, a fotógrafa Lilia Lima, de 39 anos, continua angustiada e sem respostas. Davi é filho único de Lilia e desapareceu após ter saído da casa de uma tia, que também é madrinha, em direção à residência da avó, no povoado de Varzinha, na zona rural de Itiúba, município localizado no território do sisal, no domingo de ramos, dia 28 de março.
Lilia Lima mora em Salvador com o esposo e o filho, naquela ocasião foram para Itiúba, onde passariam a semana santa, quando o menino desapareceu. Ela deixou o filho com avó materna e com a tia, para fazer fotos para book de uma gestante e o pai de Davi havia ficado na cidade de Itiúba assistindo a um jogo com amigos na casa que o casal tem no centro da cidade de Itiúba.
“A gente sempre morou em Salvador, e só ia para lá [Itiúba] para passar Natal, Ano Novo, Páscoa… com a família. Foi ai que meu filho sumiu”, contou Lilia Lima.
A falta de resposta faz com que a angústia aumente mais a cada dia. “Já estive com a delegada Geral do estado, com a coordenadora da DEPIM, no Tribunal de Justiça, onde meu marido trabalha, na Defensoria Pública e todos dizem que o caso esta sendo investigado sob segredo de justiça”, relata Lilia com o semblante de muita tristeza. “Eu não consigo entender esse sigilo, esse prazo que eles vão dando, porque era 30, depois 60, já foram 90 e agora completou cinco meses. É uma angústia que não termina, muito difícil”, desabafou.
A fotógrafa encaminhou ao CN fotos do quarto e dos brinquedos de Davi que estão do mesmo jeito que estava no dia 27 de março quando o casal deixou o Bairro do Imbui, em Salvador, onde mora e seguiram para a cidade de Itiúba. “Eu nunca deixei meu filho nem no condomínio onde a gente mora. Meu filho não brincava, só porque eu não deixava. Nem eu, nem o pai. Nem com todas as câmeras do condomínio que a gente mora, o único lugar que eu deixava ele, era com minha irmã e com minha mãe”, disse Lilia, explicando como era a rotina de Davi, sempre ‘debaixo dos olhos’ dos pais.
Desde que ficou sabendo do desaparecimento de Davi, Lilia disse que não fecham os olhos durante a noite, e se alimentar se tornou cada vez mais difícil. “Até agora eu me pergunto todos os dias, todas as noites… Eu nunca mais dormi, nunca mais me alimentei, meu filho dormia abraçado comigo. Ele só dormia comigo. É tudo muito estranho, é tudo muito estranho… Até agora eu não consigo explicar. É muito triste.” relata.
A mãe do garoto disse que vê outros casos pela TV que são logo esclarecidos, “afinal, hoje existem tecnologia e se esclarece logo e porque eu não tenho esta resposta. Zelo da roupa e do quarto dele. Brinco com os brinquedos dele como se estivesse aqui. Pergunto as autoridades públicas deste estado, ao governador Rui Costa, o que aconteceu com meu filho. É impossível alguém desaparecer desta forma. Será que vocês entendem o desespero de uma mãe sem saber o que aconteceu há cinco meses com seu filho de apenas 11 anos?”, questiona.
De acordo com a tia do garoto, no dia do desaparecimento, ele estava muito agitado e queria voltar para a residência da avó. No entanto, não chegou ao destino. Sobre essa informação que a irmã passou a imprensa, Lilia disse ao CN que a irmã e sua mãe, tratavam Davi com muito carinho, mas que deviam ter lhe chamado para conter Davi. “Eu amo muito meu único filho e quero saber o que aconteceu com ele”, falou Lilia enquanto mostrava o quarto do garoto ao repórter do Calila Noticias.
“Nunca o deixei sozinho. No dia que ele desapareceu, ele estava com minha irmã. Eu o deixei com ela, para fotografar, e em menos de duas horas ela simplesmente me disse que ele tinha desaparecido que correu e desapareceu”, repetiu a fotografa enquanto mostra mais fotos de Davi.
“Davi só brincava com um amiguinho e dois primos, porque a gente não morava no interior, a gente foi para lá para passear, então ele não tinha amizade lá. Ele não tinha amiguinhos, não tinha costume de ir para casa de ninguém, porque ele não tinha amizades em Itiúba.”, lembrava Lilia com os olho cheio de lágrimas.
Mobilização dos amigos
Amigos, vizinhos e clientes da fotografa chegaram a ensaiar um grande ato ecumênico no local onde Davi foi visto pela última vez, mas desistiram para evitar aglomeração, mas caso não seja esclarecido dentro de 30 dias, eles pretendem fretar 03 ônibus e seguir até Itiúba, que fica a quase 400 km de Salvador para este ato.
Segundo uma amiga de Lilia, que pediu para não ser identificadas, elas vão criar um movimento #queaconteceucomdavi com a finalidade de não deixar cair este caso cair no esquecimento. “Nós vamos convocar a imprensa, as igrejas, autoridades e fazer um ato respeitando os decretos vigentes naquele momento e chamar atenção do mundo sobre esse caso. Acreditamos nas autoridades policiais e na justiça, mas ta lenta a investigação e resposta do que houve com Davi. O sofrimento de Lilia é grande e tenho acompanhado de perto”, concluiu a amiga da fotografa.
Apelo de Lilia – “Me avisem, avisem a polícia. Pode também dizer ao pessoal do Calila, se você sabe alguma coisa ou viu alguma coisa que possa ajudar no esclarecimento deste caso. Eu não tenho suspeita de ninguém, mas quero saber que carro é esse que a policia informou à Defensoria Pública, porque as sandálias de Davi foram encontradas por um dos meus irmãos tanto tempo depois que Davi sumiu e em um local que passou tanta gente? Pelo amor de Deus, me ajudem a encontrar meu filho ou saber a verdade sobre ele”, concluiu.
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