O Setembro Amarelo é uma campanha que tem o objetivo de alertar para a valorização da vida e conscientizar a sociedade para o acolhimento do outro. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) registrou aumento de 80% nos quadros de ansiedade durante a pandemia, enquanto outro estudo divulgado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) apontou aumento de 50% nos quadros depressivos. Se a pauta sobre a conscientização da saúde mental já era essencial, no momento em que vivemos ela se torna ainda mais urgente.
Segundo o Google Trends, houve um aumento de 88% nas buscas por psicoterapia online o que demonstra também a efetividade das campanhas realizadas. Porém, só o alerta não é o suficiente para garantir um acolhimento efetivo, é preciso que esta pessoa que busca ajuda, encontre alguém a que realmente possa se conectar e atender suas necessidades. Porém, isso pode não ser tão simples.
A busca por um psicoterapeuta pode, muitas vezes, esbarrar em obstáculos como: “Dentre as várias abordagens de psicoterapia, qual é a melhor para mim?”; “Onde procurar um psicólogo?”; “Como saber se escolhi o profissional correto?”; “Eu preciso entender de Psicologia para fazer psicoterapia?”, etc. Todos esses questionamentos podem, inclusive, gerar ansiedade e fazer a pessoa desistir da sua busca.
Então, para ajudar nesta busca, a Psicóloga, Mestre em Educação e Contemporaneidade e professora de Psicologia da Estácio Feira de Santana, Áquila Thalita Costa indica alguns pontos que devem ser considerados:
1 – Não existe abordagem ou psicólogo ideal
“Não existe uma abordagem “ideal”. O que existe é uma dupla psicólogo/paciente que forme uma aliança, um vínculo genuíno e positivo. É sabido e bem consolidado na literatura que o maior fator preditivo para um bom processo terapêutico é o vínculo estabelecido entre o psicólogo e o paciente. O psicoterapeuta precisa ter uma escuta atenta e empática, e muito mais do que a técnica ou a abordagem.
2 – Certifique-se da capacitação técnica do terapeuta
Apesar de não existir uma abordagem ideal, é necessário estar atento à capacitação técnica do profissional, se o mesmo possui formação na área em que está atuando e se o seu registro profissional está ativo. “Nesse sentido, o processo de escolha perpassa questões que envolvem escolher alguém capacitado e que o paciente acredite que possa dar conta da sua demanda’’.
3 – Você precisa se sentir acolhido e confortável
“Na hora de escolher um terapeuta, certifique-se, além da sua formação, se é confortável para você estar junto dessa pessoa, se abrir e confiar suas dificuldades e partes mais doloridas a ela. Encontre alguém com quem você se sinta seguro, acolhido, respeitado”, indica Áquila.
4 – Onde procurar um psicólogo
Em muitos casos, os profissionais são indicados por amigos ou conhecidos, mas para aqueles que não possuem indicações, existem sites de busca por serviços de saúde, clínicas e organizações que oferecem serviços de psicoterapia. Porém, independentemente de onde se for buscar, é muito importante procurar a referência sobre a qualificação profissional do psicoterapeuta e avaliar se seu registro está ativo. Isso pode ser feito, buscando pelo nome do profissional no site do Conselho Federal de Psicologia https://cadastro.cfp.org.br/.
5 – Se não der certo de primeira, não desista
“É importante saber que existem muitos tipos de psicoterapia e de psicoterapeutas, e que nem sempre vai funcionar de primeira. Portanto, é importante estar aberto para reconhecer como você se sente na relação, e fazer uma escolha por um profissional que além de estar capacitado em sua formação, forneça acolhimento, respeito e um vínculo seguro”, finaliza a docente.
Por: Henrique Coelho – Assessoria Estácio Feira de Santana