Está completando neste domingo, 03, seis meses e cinco dias que o garoto Davi Lima Silva, de 11 anos, desapareceu e até hoje ninguém sabe do seu paradeiro. A criança desapareceu no fim de tarde, após ter saído da casa da tia, que também é madrinha, a líder sindical Joelma Lima, em direção à residência da avó materna conhecida por Dona Terezinha, no povoado de Varginha, na zona rural de Itiúba, município localizado no território do sisal, no domingo de ramos, dia 28 de março.
De acordo com a fotógrafa Lilia Lima que mantém contato frequentemente com o Calila Notícias o tempo passa e a angustia e o sofrimento só aumentam com a falta do único filho. Ela que já esteve com a delegada geral do estado, com a coordenadora da DEPIM, no Tribunal de Justiça onde o marido trabalha, na Defensoria Pública, Ministério Público dá Bahia “e todos dizem que o caso está sendo investigado sob segredo de justiça”, relata Lilia com o semblante de muita tristeza. “Eu não consigo entender esse sigilo, esse prazo que eles vão dando, porque eram 30, depois 60, já foram 90 e agora completou seis meses e nenhuma definição”, lamenta a mãe.
Lilia disse ao CN que esteve recente na delegacia falando com o novo delegado Atílio Dias da Silva Tércio, que assumiu a 19ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) com sede em Senhor do Bonfim em buscas de informações, mais as notícias são as mesmas, porém a novidade é a presença de uma equipe de policiais de Salvador trabalhando junto com a delegacia de Itiúba na investigação.
Vale lembrar que Lilia Lima mora em Salvador com o esposo Edson Alves da Silva e o filho, na ocasião do desaparecimento de Davi, eles foram para Itiúba, onde passariam a semana santa, quando o menino desapareceu. Ela deixou o menino com a tia para fazer fotos para um book de uma gestante e o pai de Davi havia ficado na cidade de Itiúba assistindo ao jogo de futebol na casa que o casal tem no centro da cidade.
Uma verdadeira força tarefa envolvendo policiamento especializado, helicóptero do Grupamento Aéreo da PM (GRAER) cães farejadores, Corpo de Bombeiro além de ajuda de centenas de moradores da localidades foi realizada diuturnamente, mas não obteve êxito
Com os olhos cheio de lágrimas a mãe relatou que é cobrada pelos familiares, a sua presença no mesmo local do desaparecimento do filho na comunidade onde seus pais moram. “Como voltar no lugar onde eu fiquei dois meses olhando pra serra esperando meu filho aparecer, quem estava comigo viu que até dormi na serra esperando meu filho aparecer, eu acreditei que ele fosse aparecer, eu só sair de Itiúba no momento que me falaram que meu filho não tinha subido na serra, pois os cães farejadores não haviam encontrado rastro dele, então é muito difícil eu voltar onde eu deixei meu filho, e menos de duas horas retornei pra pegá-lo e não achei. Parece fácil para quem fala, mas para mim é muito doloroso”, justificou.
A fotógrafa relata que retornou para a casa dela em Salvador e nunca deixou de procurar o filho mesmo a distancia, “Ando nas ruas procurando em abrigos, hospitais, orfanatos, colo cartaz em cidades da região, peço amigos que moram na região pra divulgar e com isso não consigo mais me alimentar e dormir pior ainda, pois sinto falta do calor do corpo de meu filho que dormia abraçado comigo” contou emocionada.
Lilia Lima disse que vê outros casos pela TV que são logo esclarecidos, “afinal, hoje existem tecnologia e se esclarece logo e porque eu não tenho esta resposta?”, Questiona.
Ele pede mais agilidade nas investigações para que esse sofrimento tenha um final, pois “viver assim é vegetar. ”Meu objetivo não é achar um culpado e sim achar meu filho, pois é o meu bem mais precioso”, finaliza.
O delegado Atílio Dias da Silva Tércio falou recentemente sobre o caso, inclusive depois de receber a mãe do garoto. Ele falou com o radialista Walterley Kuhin que uma das primeiras reuniões foi com Lilia Lima e ele garantiu que o caso não será esquecido – Ouça
O pai de Davi que ainda não tinha falado sobre o caso em reportagem do CN relatou que é uma criança alegre que adora brincar e que sempre o levou para aula de karatê, que faz todas as vontades dele. “Sinto-me impotente, porque no momento que meu filho mais precisou de mim eu não estava para socorre-lo”, lamenta.
Diante da situação e falta de informação, Edson disse que nos últimos dias tem apresentado problemas de saúde com a tamanha angustia da falta de resposta da polícia e que está trabalhando por que as contas não param de chegar, mas que está muito difícil viver sem seu filho.No apartamento do casal no bairro do Imbui, em Salvador.
Reconstituição dos últimos momentos de Davi visto pela tia e a avô
O CN manteve contato com a Joelma Lima, tia e madrinha de Davi, perguntando se ela podia falar sobre isso e a mesma ficou de consultar o esposo para ver se ele permitia a equipe de reportagem, mas não retornou contato até o fechamento desta matéria. “Só faço tudo combinado com meu marido e depois de conversar com ele retorno o contato”, disse Joelma por telefone ao repórter Valdemi de Assis.
Nossa reportagem teve acesso ao documento da policia descartando toda possibilidade de Davi ter se perdido na serra e que o garoto havia levado do local em um carro. Fato confirmado pelo delegado regional Atílio Dias em uma rádio de Senhor do Bonfim.
O caso Davi vem tomando dimensão e até um canal no YouTube já fala deste mistério desaparecimento