Foi aberto na manhã desta quinta-feira, 25, no Auditório Santo Alessandro no Centro Juvenil da igreja católica em Serrinha, e prossegue até esta sexta-feira, 26, um Congresso alusivo aos 20 anos de fundação do Conselho Gestor do Fundo Rotativo (COGEFUR).
O evento conta com a presença de grandes nomes do cooperativismo, associativismo e dos movimentos sociais da Bahia, e recebe também representantes de Sergipe e Alagoas. Para formação da mesa institucional foram convidados figuras consagradas nos meios sociais a exemplo do João Nilton Santana popularmente conhecido por Pité, atual presidente da entidade, ele que esteve na criação do COGEFUR, assim como Urbano Carvalho presidente da FATRES, José Paulo Crisóstomo representando a Coordenação de Microcrédito e Economia Solidária, (COMFINS), o presidente da CAR (Companhia de Ação Regional) Wilson Dias, Gilsleide Oliveira representante do Movimento de Organização Comunitária (MOC); Tamires Ferreira presidenta da Ascoob Central, Bárbara Shimit representante do grupo de trabalho de finanças solidárias, Jaci Barreto representante de mulheres trabalhadoras rurais do território do sisal, Geandro Ribeiro chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Rosival Leite da FETRAF (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar) além de outras autoridades.
O atual presidente do COGEFUR João Nilton Ferreira Santana que está no segundo ano do segundo mandato como presidente do Conselho Gestor de Fundo Rotativo explicou que o mesmo foi criando em 2001 com a finalidade de gerir e repassar recursos para as organizações da sociedade civil e cooperativas, ou seja, “um contato permanente lidando com o agricultor, lidando com gente e eu me sinto honrado nos meus 56 anos de vida, quase 40 dedicados aos movimentos sociais. Hoje contamos com 40 filiados ao COGEFUR que atende além da Bahia, Sergipe e Alagoas”, afirmou.
Veja o vídeo de abertura do Congresso através do presidente João Nilton popularmente conhecido por Pité, lembrar do importante papel de Nedson do MOC que não esteve presente por problemas de saúde.
Outras pessoas que fazem parte da história do COGEFUR
Wilson Dias da CAR é mais uma figura bastante envolvida diretamente nos movimentos sociais, dificilmente é promovido um evento voltado para o cooperativismo de credito, associativismo, sindical que não esteja compondo a mesa.
Em comemoração aos 20 anos do COGEFUR falou com propriedade sobre o assunto, ele disse que é uma alegria muito grande ver uma entidade, uma instituição perdurar e ter sustentação ao longo do tempo, “significa que valeu a pena e a gente está aqui pra isso, comemorar esses 20 anos do COGEFUR uma instituição que já fez muito pelas pessoas, principalmente aqui no território do sisal e que vem se firmando cada vez mais como uma instituição que prover recursos pra àquelas famílias que mais precisam.
Bárbara Shimit preside a Rede de fundos solidários Vencer Juntos e faz parte do Grupo de Trabalho de Finanças Solidárias da Bahia que dialoga com a Secretaria do Trabalho Emprego e Renda (SETRE-BA) sobre as políticas públicas desta área, mostrou profundo conhecimento de causa em seu discurso, para ela o COGEFUR é experiência única no Brasil, o fundo rotativo que desenvolveu e cresceu tanto, “porque a grande maioria dos fundos rotativos fica nas pequenas comunidades, e fica na informalidade, é uma grande ajuda para as comunidades, mas não chega a ter o peso que o COGEFUR tem hoje. Eu defendo que é preciso ter os dois modelos, os fundos que ficam nas comunidades, mas precisa ter uma experiencia também como é o caso do COGEFUR que se sustenta há tanto tempo e acreditamos que vai permanecer outros 20 anos, mais 20…”, finalizou a senhora Shimit.
José Paulo Crisóstomo disse ao Calila Notícias que o COGEFUR tem uma história muito bonita por começar num momento de muita dificuldade, “quando nós reunimos na década de 1990, Wilson, Nedson e o MOC começamos pensar como melhorar a gestão dos recursos que nós tínhamos, porque naquela época as pessoas estavam excluídas dos sistemas financeiros, e setenta por cento da população não tinha acesso a nenhuma linha de crédito e a única alternativa era os recursos dos fundos rotativos e tivemos a ideia de juntar todos esses fundos para poder apoiar a atividade produtiva, dai apoiamos a produção de caprinos, galinha caipira, agricultura familiar, portanto foi muito importante o COGEFUR por apoiar essas atividades, por outro lado apoiou a organização das associações, das cooperativas, tanto de crédito quanto de produção. Então esses 20 anos de comemoração do COGEFUR é o coroamento de toda essa história.
Zé Paulo explicou como acontece o passo a passo do serviço prestado pelo COGEFUR – Ouça
Urbano Carvalho falou sobre uma dúvida que ficou na cabeça de muita gente, ou seja, com a mudança de Governo no Brasil se os movimentos sociais iriam acabar, mas segundo ele, as entidades já têm uma particularidade de se fortalecer com a crise.
“O COGEFUR começou no inicio dos anos dois mil, e aos poucos foi crescendo, bem verdade estamos vivendo hoje uma crise financeira bem grande, mas o COGEFUR continua porque é um fundo rotativo independente, a regra foi construída por todos nós e não é o banco central que rege o COGEFUR, mas pra ter uma segurança maior na questão dos recursos, a gente faz a parceria com as cooperativas, mas os projetos são todos aprovados por nós. Então por isso tem esse diferencial, mesmo com a crise que o Pais está passando, mesmo com a perseguição do Governo, nós dos movimentos sociais continuamos crescendo, lógico que não da maneira que a gente pretendia com desenvolvimento da agricultura familiar como um todo, mas estamos sobrevivendo e saindo mais forte”, garante Carvalho.
Sacolas com produtos da Agricultura Familiar foram entregues a todos que fizeram parte da mesa
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