O Calila Notícias fez um levantamento de toda votação dos candidatos a deputado federal e estadual da Bahia nas eleições de 2 de outubro e concluiu que políticos tradicionais ficaram pelo caminho, muitos deles, certamente, podem ter ‘pendurado o terno’ em definitivo, diante da pífia votação.
Deputado federal
Marcelo Nilo (Republicanos) ele que foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 1990 se reelegeu até 2019, neste período foi presidente da ALBA por quatro mandatos e governador interino 4 vezes no ano 2008 por conta das viagens do então governador Jaques Wagner. Em 2019 resolveu disputar uma vaga na Câmara federal e se elegeu com 115.277 votos.
Durante toda vida pública Nilo fez parte da oposição na Bahia e a partir do Governo Wagner em 2007 passou a contar finalmente com um governo aliado, mas com o passar do tempo, ele não demonstrava mais interesse pelo parlamento e passou a visar uma vaga no Senado, Governo ou até mesmo vice, ao perceber que não tinha vez no seu grupo, debandou para a oposição e passou acompanhar ACM Neto durante a pré-campanha pela Bahia, mas não era muito prestigiado, quando foi divulgada a chapa para Governo e o Senado sem o seu nome, Marcelo Nilo começou uma tardia campanha de reeleição de deputado federal e durante o horário eleitoral, levava a mensagem que ACM Neto votaria nele para deputado federal. Apurados os votos, Nilo obteve 65.363 votos, pouco mais da metade em relação a 2018 e não se elegeu.
José Carlos Araújo (PDT) teve diversos mandatos de deputado estadual e federal, obteve 63.016 votos em 2018 e na oportunidade quebrava uma sequencia de vitorias, neste ano ele tentou novamente, mas a frustração foi dobrada, recebeu menos da metade dos votos, ou seja, 26.386.
Joseph Bandeira foi prefeito de Juazeiro/BA e deputado federal, ficou na suplência nos anos 2007-2011, 2011-2015, em virtude da renúncia dos titulares acabou ocupado a cadeira. Em 2018 ele concorreu para estadual pelo Solidariedade e não se elegeu com 29.811. Este ano concorreu para federal pelo PSB e teve o total de 21.833 votos, ainda assim ficou como segundo mais votado do partido. A primeira foi Lídice da Mata eleita com mais de 112 mil votos.
Severiano Alves teve anos de glorias com mandatos de Deputado Federal – 1995-1999, 2003-2007, 2008-2011, todos pelo PDT. Em 2018 concorreu pelo PSB e não se elegeu com 6.250 votos recebidos. Em nova tentativa pelo PTB neste ano a votação teve um pequeno aumento ficando com 7.841.
Edson Pimenta que foi um dos destaques do PCdoB tendo sido eleito deputado estadual em 2002 e reeleito em 2006, em 2010 foi eleito federal. Em 2014 mudou de partido e concorreu pelo PSD e acabou perdendo a eleição com 51.676 votos. Em 2018 concorreu pelo PHS e obteve apenas 343 votos e em nova tentativa este ano, concorreu pelo PDT e recebeu 6.239.
Benito Gama foi deputado federal de 1º de fevereiro de 1987 a 1º de fevereiro de 2003 (4 mandatos consecutivos) depois disso ocupou importantes cargos nos governos estadual e federal, foi eleito em 2014. Em 2018 ele concorreu a reeleição e perdeu com 29.964 votos, porém no último dia 2, a frustração foi bem maior, concorreu pelo PP e obteve apenas 5.261 votos.
Beto Lelis, ex-prefeito de Ibipeba, e de Irecê por dois mandatos, já teve a oportunidade de sentar numa cadeira na Câmara Federal, mas ao que parece vai ficar só na lembrança. Em 2018 concorreu para federal e recebeu 5.064 votos, e no último pleito 21.833.
Zevaldo Lima pai do atual prefeito de Serrinha, ele que também já governou o referido município fazia tempo que não concorria a nenhum cargo, este ano resolveu tentar uma cadeira na Câmara Federal, mas não conseguiu, recebeu apenas 2.774 votos. Ele lamentou não ter recebido o apoio do próprio filho a que chamou de ingrato. Apesar do titulo desta matéria especular que os políticos podem encerrar a carreira, Lima já avisou que está dentro dela em 2026.
Sargento Joel é natural de Monte Santo, mas reside há muitos anos em Feira de Santana, tio do deputado reeleito Laerte do Vando (PSC), ao que parece, perder eleição não é motivo de desânimo. Não tivemos informações da primeira eleição disputada por ele, ao consultar o Divulgacand Contas do TSE que passou a divulgar candidaturas a partir de 2004 encontramos o nome dele e até o último pleito ele concorreu e nunca venceu.
De acordo com o Divulgacand Contas, ele concorreu em 2004 para vereador em Feira de Santana pelo PFL e ficou na suplência. 2006 perdeu para federal, 2008 vereador em Feira pelo DEM (suplente); 2010 perdeu para deputado federal; 2012 suplente de vereador pelo DEM; 2014 concorreu pra federal pelo PEN e perdeu; 2016 concorreu a vereador em Feira pelo PSC e ficou na suplência; 2018 concorreu para federal pelo PSC e recebeu 4.684 votos. Em 2020 pelo PSD ficou na suplência de vereador em Feira e no último pleito concorreu para federal e recebeu 2.666 votos.Nossa reportagem apurou que ele chegou assumir cadeira no Legislativo feirense, mas não tivemos informações dos períodos.
ESTADUAL
A situação do desgaste politico de candidatos a deputado estadual não foi diferente nas urnas em 2 de outubro.
Pastor Ubaldino eleito vereador pelo Partido Democrático Social – PDS, 1982, reeleito 1988, Olindina [na ocasião foi mandato de 6 anos). Elegeu-se deputado estadual pelo Partido Social Cristão – PSC, 2006, reeleito em 2010 e 2014 neste último pelo PSD. Suplente em 2018 assumiu como deputado estadual em decorrência da renúncia do Dep. Jânio Natal, eleito prefeito de Porto Seguro (2020). Concorreu a eleição de 2018 e perdeu com 42.721.No último pleito a votação caiu quase que pela metade em relação a 2018, 22.620 depois de ter concorrido pelo PDT.
Marcos Medrado eleito deputado estadual Constituinte pelo PMDB, 1987. deputado federal pelo PRN, 1990, reeleito pelo PP, 1994. Vice-prefeito de Salvador pelo PPB, 1996 e reeleito em 2000. Em 2004 eleito vereador em Salvador. Deputado federal pelo PDT, 2006 e reeleito 2010. Em 2014 foi derrotado nas urnas quando concorreu pelo SD, 56.230 votos e 2018 (PP) 46.905. O candidato perdeu gás no decorrer dos anos e isto pôde ser constatado no último dia 2, quando recebeu apenas 19.082, tendo concorrido pelo PV.
Paulo Cezar foi outro que teve dias de glorias, mas vem tendo queda na votação. Eleito vereador pelo PMDB de Alagoinhas em 1988, reeleito 1992. Deputado estadual, PTdoB, 1998, reeleito pelo PST, 2002. Eleito prefeito de Alagoinhas, PSDB em 2008 e reeleito 2012. Em 2018 foi em busca de uma vaga para assembleia legislativa e não conseguiu, voltou para Alagoinhas em busca de novo mandato de prefeito em 2020 perdeu. No último pleito de 2 de outubro concorreu para deputado estadual pelo Solidariedade, mas os 18.750 votos foram insuficientes.
Gerson Gabrielli teve dois mandatos de deputado federal, 1999-2003 – 2003 a 2007, depois disso concorreu outras cinco eleições seguida para deputado, sendo 4 para Câmara Federal pelo PFL, DEM, DEM, MDB. Na última tentativa dele pra federal em 2018 teve 4.220 votos. Agora em 2022 para estadual pelo PSC obteve 1.715 votos.
Delegado Deraldo Damasceno, este não tem uma longa carreira política, mas ganhou fama na função exercida em Salvador e na primeira disputa para deputado estadual pelo PSL garantiu vaga em 2010 com 65.297 votos, porém não conseguiu o mesmo sucesso quando concorreu ao cargo de vice-prefeito em 2012, reeleição de deputado em 2014, vereador de Salvador em 2016 pelo PHS. Nas eleições de 2022, 8 anos depois de perder para deputado sofreu nova derrota com uma votação irrisória, 1.195 votos.
E o que falar de Joaquim Cunha? Prefeito de 4 mandatos do município de Gavião, a última em 2004, vice-presidente da UPB (União dos Municípios da Bahia) depois disso perdeu três disputas para prefeito e resolveu concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa e obteve nada mais nada menos que 46 votos.
* O levantamento feito pela reportagem do Calila Noticias teve como fontes de informações Divulgcand Contas e Site da Assembleia Legislativa da Bahia