A rodovia BA 381 é considerada uma das mais importantes da região norte/nordeste da Bahia, pois liga duas rodovias federais: Santos Dumont (BR 116), com a Lomanto Júnior (BR 407). A BA 381 tem aproximadamente 136 km de extensão e somente o trecho de Quijingue a Cansanção não está asfaltada, conforme pode ser visto no mapa.
Toda região sonha com esta obra por encurtar distâncias e facilitar o escoamento dos produtos da agricultura familiar, pecuária e agora o crescimento do minério. A equipe percorreu na sexta-feira, dia 09, os 40 quilometros tendo iniciado na Praça do Renigio, na cidade de Cansanção e seguiu para Quijingue. A reportagem registrou alguns pontos do trecho que mostram a necessidade da pavimentação.
Um loteamento ás margens da BA 381 sinaliza o crescimento de Cansanção e mais a frente, ainda próximo da periferia da cidade, uma placa indicava o acesso as comunidades rurais de Capoeira, Sítio do Felix, Sítio das Flores e Novo Acordo, todas pertencentes a Cansanção, numa demonstração da quantidade de pessoas que moram na região e usam a estrada.
Outro sinal do quanto à estrada é movimentava, quando encontramos Delvan Santana, 26 anos, residente na Lagoa da Serra, tapando os buracos da estrada de chão provocados pelas chuvas. Ele disse que às pessoas que trafegam no trecho são generosas e contribuem com seu trabalho.
O agricultor José Oliveira, 69 anos, residente no Povoado de Olhos D”Água, a 30 km de Cansanção, disse ao CN que tem prazer em contribuir com trabalho que Delvan Santana faz, pois alivia o trecho. Seu José passar de duas a três vezes por semana naquele trecho.
Na seqüência, passamos nas comunidades de Poca, Lagoa das Duas Mães, onde os moradores cuidaram de fazer “os quebras molas” para evitar acidentes. São casas construídas próximas da estrada e dos lados da via.
Quanto mais se aproxima do limite com Quijingue, comunidades maiores e mais habitadas são sendo encontradas, a exemplo dos Tanques e Angico. A maior de todas é Deixai, pertencente a Cansanção e fica a 24 km da sede.
A comunidade tem este nome por conta de uma boiada que passava na região e pernoitou na localidade e na hora de seguir viagem no dia seguinte os vaqueiros sentiram falta de dois bois e depois de procurar e não encontrar, o dono dos animais deu ordem aos vaqueiros para “Deixai” e seguir com o restante. Esta história foi contata para o CN pelo professor Jochson Santana, conhecido por Parrudo, 22 anos.
Moram na comunidade aproximadamente 2.500 pessoas e o colégio eleitoral, um dos maiores da zoa rural de Cansanção, 1.800 eleitores. “Nosso alunado é de 600 jovens”, falou Parrudo. Segundo o professor, a população não é maior porque 500 pessoas naturais da comunidade residem em Heliópolis, na grande São Paulo.
A exploração dos minérios aumentou o movimento na comunidade, inclusive o número de caçambas, danificando os calçamentos e causando muito transtorno para os moradores. Parrudo lembrou que esta estrada é um sonho e promessa de muitos políticos.
O limite entre os dois municípios é no rio Cariacá, a 30 km de Cansanção e 13 km de Quijingue. Uma passagem molhada divide os dois municípios e tornou-se um ponto de turismo. Depois da construção da passagem, também foram construídos 03 bares em forma de Quiosque e um deles é de Augusto Reis Cavalcante, 61 anos. Agustinho, como é conhecido, também sonha com a estrada.
A ponte sobre o Rio dos Macacos no município do Quijingue.
A maior comunidade rural de Quijingue por onde passa a BA 381 é a Boa Vista de Zezé. O Vaqueiro Gelson Silva Abreu, 35 anos, mora na Boa Vista e está com muito confiança que desta vez “a estrada saí do papel e até plotei meu carro com a marca da campanha do CDL”
Depois de uma hora e meia, a equipe do CN chegou à cidade do Quijingue, ainda tendo a oportunidade de verificar a feira-livre e um grande número de pessoas de Cansanção e Monte Santo que fazem negócios naquele município.
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