A engenheira ambiental Marleide Oliveira Junqueira, natural de Conceição do Coité, desaparecida há quase três meses, foi agredida pelo namorado Antonio Luiz de Jesus, dias antes de sumir, e não quis prestar queixa na 12ª Delegacia, em Itapuã, porque “o ambiente da delegacia não fazia bem a ela”, conforme consta na ocorrência policial de número 6654.
A informação partiu do titular da 11ª Delegacia, Adailton Adan, que apura o sumiço da profissional. Ele lamentou a atitude da moça, pois, “se tivesse prestado a queixa, com base na Lei Maria da Penha, Antonio Luiz de Jesus estaria preso e, possivelmente, ela junto aos familiares”.
Ainda na mesma ocorrência, os policiais relatam que havia uma equipe em ronda rotineira em Itapuã, e, ao passar nas imediações do Restaurante Língua de Prata, foi acionada por um grupo que presenciava a discussão entre um casal.
“Quando os policiais se aproximaram, perceberam hematoma na testa e nariz da mulher, que foi encaminhada para a unidade policial, enquanto a pessoa, a quem chamou de marido, se retirava da área. Na delegacia, à 00h17, ela alegou que estava muito tarde e preferia ir para casa descansar. Informou ainda aos agentes que não registraria a queixa e retirou-se.
Até o próximo dia 23, o delegado Adan deverá concluir o inquérito. Ele não adianta sua conclusão, mas não descarta que pode ser um caso de homicídio com ocultação de cadáver.
“Estamos ainda investigando e assim continuaremos. Existem provas que apontam o rapaz como o responsável pelo desaparecimento da engenheira”, diz ele, fechando-se para maiores detalhes. Marleide Junqueira desapareceu no dia 21 de agosto, depois de avisar aos familiares que residem em Sussuarana que sairia com o namorado e retornaria somente no outro dia, o que não aconteceu.
Antonio Luiz esteve foragido e depois se apresentou na delegacia para depoimentos, sendo preso por conta de uma prisão temporária, e assim continua. Os álibis apresentados por ele foram todos derrubados, inclusive em confronto com versão de testemunhas. Mesmo assim, o técnico em processos insiste no silêncio e em afirmar que deixou a namorada na porta do conjunto residencial em que mora, depois de terminar a relação.
Da redação, com informações da Tribuna da Bahia