O apresentador da Rede Globo, Marcos Mion, se manifestou mais uma vez sobre o caso ocorrido em uma loja de Feira de Santana, envolvendo uma mãe e seu filho autista, que resultou na demissão de uma atendente, na sexta-feira (17). As informações são do Acorda Cidade.
Os vídeos que circularam nas redes sociais com as versões da mãe e da ex-funcionária da Riachuelo, geraram discussões sobre inclusão e sobre preparo de funcionários para lidar com pessoas com deficiência e sobre a maneira rápida que se deu a demissão da operadora de caixa.
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Inicialmente, Mion assistiu ao vídeo da mãe e como todos, se indignou com a situação ao ver o desabafo dela ao acreditar que a atendente estava chamando seu filho de bomba. Ele então gravou um vídeo elogiando a atitude da mãe em não ficar calada diante de uma suposta discriminação contra seu filho, e falou sobre a luta de pais de autistas na conscientização da sociedade quanto ao respeito as todas pessoas com deficiência. Mencionou também o fato de ela mostrar a carteirinha de autista, uma lei que ele lutou para que existisse no Brasil e que foi nomeada com Lei Romeu Mion, mesmo nome do seu filho.
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Após compartilhar o vídeo do seu pronunciamento nas redes sociais, Mion recebeu várias mensagens de seus seguidores informando que já havia a versão do outro lado da história. A da operadora de caixa, que foi demitida na mesma manhã que o primeiro vídeo viralizou (o da mãe acusando-a de discriminação), explicou que quando disse para a colega: “não manda estas bombas para mim não”, estava se ferindo ao fato de a cliente estar usando um cartão terceiro, isto é de outra loja, e que isso prejudica bater suas metas.
Mion disse que acreditou na versão da ex-funcionária.
“Esse vídeo é um adendo ao vídeo que eu postei ontem, falando da situação vivida por uma mãe autista com seu filho numa loja em Feira de Santana. Depois que eu postei, eu recebi o vídeo da funcionária explicando o que tinha acontecido, pelo ponto de vista dela. E é muito triste, gente. É igualmente triste. Doeu assistir. Eu fiquei com o coração atravessado. Fiquei muito tocado com tudo, porque eu acreditei nela. O que torna a situação ainda mais triste, porque mostra o quanto esse debate é importante, porque ele esfrega na nossa cara o despreparo de todos os lados por uma situação como essa. A situação que a gente viu acontecer mostra o quanto as empresas não preparam seus funcionários para lidarem com PCDs e suas famílias. E isso é o que tem que mudar”, declarou.
Mion destacou que a situação evidencia a falta de preparo das empresas para lidar com Pessoas com Deficiência (PCDs) e suas famílias. O apresentador ressaltou a importância de entender e acolher, em vez de cancelar, enfatizando a necessidade de aprendizado e evolução.
Ele expressou preocupação com a demissão da atendente, argumentando que isso não permite a ela a oportunidade de aprender e evoluir. Mion enfatizou que, em situações como essa, a demissão é a pior atitude possível, pois retira a chance de aprendizado e transformação.
“Eu acredito fortemente em aprendizado e evolução. Eu não acredito em cancelamento. Eu não acredito em execrar uma pessoa por falta de conhecimento. Eu sempre defendo que a gente tem que entender e acolher. Porque ninguém tem a obrigação de nascer sabendo. Num caso como esse, a demissão é a pior atitude possível, porque tira do envolvido, da moça do caixa, a possibilidade de aprender, de evoluir. Essa é a nossa obrigação, aprender e evoluir. Numa situação como essa, a moça do caixa, que poderia virar uma grande aliada, não sei, ela pode passar a odiar a causa. Assim como muitas pessoas que acompanham nas redes, podem passar a respeitar a comunidade autista por medo e não por compreensão e amor. E respeitar por medo não é um caminho sólido para evolução. O que realmente muda aqui dentro é quando o amor está envolvido, quando o respeito, a empatia está envolvida”, afirmou Marcos Mion.