A mulher que pode ser considerada uma das menores da Bahia e do Brasil nasceu no dia 7 de setembro de 1975, portanto, neste sábado ela está completando 49 anos de vida bem vivida, apesar de suas limitações físicas. Miriam Mascarenhas Santos é uma pessoa que nasceu parcialmente dependente, mas fez valer a data do seu nascimento que traz a bravura do País que lutou pela sua independência, para superar obstáculos em sua vida de maneira que enquanto pôde ignorou as dificuldades e viveu uma vida quase que dentro da normalidade.
Miriam se divertiu da melhor maneira, tanto em Coité sua cidade natal como em outras, dando demonstração que ‘tamanho não é documento’ e contando sempre com a colaboração de amigos e amigas jamais se sentiu isolada. As dificuldades enfrentadas por ela, sempre foram maiores que de as de qualquer anão, pois, além do nanismo, ela veio ao mundo com braços e pernas mais curtos, de maneira que sempre dependeu de alguém.
Mas a pequena mulher de 90 centimetros não veio para reclamar e sim para superar, seu pai Silvestre Sampaio dos Santos, popularmente conhecido como Vestinho Fotógrafo, antes de partir para eternidade doou o terreno dos fundos para Miriam, talvez ele imaginasse [só ele] que ele pudesse construir um lar próprio. Eis que isso aconteceu, como o trabalho de formuguinha, Mirika conseguiu construir sua casa e logicamente pensando atender as suas necessidades mandou colocar tudo baixinho para facilitar o uso, pia do baneiro, pontos de energia, fechaduras das portas, enfim, tudo projetado para sua independência.
Mas conforme relatamos há pouco, na sua formação congênita os médicos diziam que com o passar do tempo ela tinha uma tendência deor sofrer atrofia que pudesse lhe colocar na cama de maneira irreversivel e este tempo chegou. Há cerca de dois anos ela começou perder mobilidade, ganhar peso e sentir fortes dores quando tocado em seu corpo para por exemplo colocar em um carro para ir ao médico, diante da situação, a familia procurou inverter, levando o médico até sua casa na tentativa de fazer ela andar novamente. Alguns especialistas realizaram exames, passaram medicamentos mas foi em vão.
Quem conheceu Miriam em condições de andar, brincar, dançar e se divertir da melhor maneira, já não encontra a mesma fora de sua cama de onde não sai para nada, recebe os cuidados de sua mãe Dona Vanda que mesmo com seus 82 anos e com problemas de saúde sempre está lá lhe auxiliando e também algumas irmãs que estão sempre dando àquela forçinha.
Miriam perdeu a mobilidade, mas sua mente está intacta, mantém o bom papo e otimismo, se apega no passado para falar o quanto aproveitou enquanto pode ir às festas. “O povo fala da Vaquejada de Serrinha, já fui. Micareta de Feira, já fui, Carnaval em Salvador, várias praias e excursões, tudo que um pessoa normal fazia eu fiz. Hoje sou consciente por ter absolvido o que o médico me disse lá atrás, que eu podia parar um dia, está acontecendo e eu não reclamo de nada, pelo contrário, só agradeço a Deus e Nossa Senhora por tudo”, diz Miriam que embora tenha citado suas participações em festas mundanas, tinha participação ativa nas missas e outros eventos da igreja católica e atualmente dorme e acorda com o terço nas mãos.
Ideia genial
Convencida que não deve mais andar e prefere que ninguém a tire de sua cama por consequentes dores em todo corpo, Miriam continua investido em sua casa, ela compra um movel, um jarro, o qualquer outro objeto e após colocado no lugar pede que as pessoas registre com fotos e mandem para seu zap. Uma vez por semana convida uma pessoa para fazer faxina em sua casa, e por último, teve a ideia de mandar colocar uma câmera na parede externa de sua residência para acompanhar principalmente o balanço das árvores e a chuva. Brinca quando diz que não pretende observar a vida dos outros, tanto que a câmera não tem a opção de gravar e nem armazenar nada, apenas serve como fosse seus olhos.