Muita gente questiona após as eleições a situação de candidatos a vereador ou vereadora que recebeu uma quantidade de votos inferior em relação a outros concorrentes e menos votos e conquista o mandato, e outro com votação alta não se elege. Isto acontece por meio de dois cálculos chamados quociente eleitoral e quociente partidário.
Isso parece um pouco complicado, mas para se eleger o candidato ou candidata precisa apenas cumprir dois requisitos:
1. Ter votação equivalente a pelo menos 10% do quociente eleitoral;
2. Estar dentro das vagas a que o seu partido ou federação terá direito e isso é determinado pelo quociente partidário.
O quociente eleitoral é calculado dividindo-se a quantidade de votos válidos para determinado cargo pelo número de vagas para aquele cargo. O quociente partidário define o número de vagas a que cada partido terá direito e esse cálculo é feito dividindo-se a quantidade de votos válidos para determinado partido ou federação pelo quociente eleitoral.
Mas o que acontece se, depois que são feitos esses cálculos, ainda sobrarem vagas que não foram preenchidas? Nesse caso, é feita uma espécie de repescagem por meio do cálculo da média, que vai determinar quem ficará com essas vagas. Também chamadas de sobras. No resultado final aparecem os eleitos.
Tomando como base os resultados em Conceição do Coité dos 15 eleitos vereador (a) dez foram pelo Quociente Partidário (QP) considerados eleitos de forma direta, e cinco eleitos por média: Dilton Santana (1.251 votos). Seu partido (Solidariedade) tinha direito a três cadeiras e Lindo de Neusa segundo mais votado 2040 votos, César do Hospital 1.556 e Ariel Ramos 1553 garantiram vagas e a grande quantidade de votos ajudou Dilton que ampliou o número de cadeiras.
Os outros quatro eleitos por média foram: Mazinho da Ambulância do Republicanos com 990 votos que teve o colega de partido Vagner de Orlando eleito de forma direta QP com 1461 votos; Luzia da Saúde (PT) 939 votos que viu o companheiro Urbano entrar de forma direta com 1011 votos; Elizane Cana Brasil que contou com a grande votação recebida pelos candidatos do União Brasil a exemplo de Manu Resedá com 2086 votos, Beto da Pinda 3º com 1720 e Nego Jai 4º com 1663, situação semelhante a que ocorreu com Dilton do Solidariedade.
Por fim, Professor Robenilton que concorreu pelo PSB recebeu 669 votos e graças a soma de votos do Partido, de modo especial os votos de Xande Revolution (581) e Junior Barreto (518) garantiu a última cadeira.
Portanto, a frustração maior ficou com Tinda (1067 votos) primeiro suplente do Solidariedade que teve votação maior que os eleitos Professor Robenilton, Elizane, Luzia, Mazinho, Urbano e Leo do Sindicato.
Dr Fagner do PSD que teve 1028 votos, 36 votos menos que Leo do Sindicato único eleito do partido.
Ernandes de Tó que tem mandato e perdeu a reeleição é o segundo suplente do Solidariedade com 851 votos. Ele só tem um motivo de frustração, Professor Robenilton ter menos votos, mas reconhece que a regra é essa.
Destaques de outros municípios
O CN fez uma pesquisa desta realidade nos vinte municípios do território do sisal na Bahia, começando pelo município de Cansanção: O vereador Frederico Careca do MDB, obteve 4.464 votos, correspondente a 18,84% dos votos válidos. Somados aos votos dos demais candidatos a vereadores deu para eleger seis pelo Quociente Partidário e um, Zé Valmir, com 445 votos pela média. Neste caso, três candidatos a vereador pelo PT, tiveram bem mais votos e não conseguiram se eleger, pois o MDB ocupou as vagas.
Em Serrinha, nove candidatos tiveram mais votos que Mariana Cunha, do PSD, 684, mas ficaram fora, dentre eles Ito Cardoso (PT / 992), irmão do deputado licenciado e Secretário de Desenvolvimento Rural (SDR), Osni Cardoso e os veteranos Regi do Ferro Velho (PL / 897) e Reis (MDB / 1.116).
Monte Santo – Cinco candidatos tiveram votação acima do vereador reeleito Rodnei de Elizeu, do Podemos, 805 votos e ficaram na suplência.
Quijingue – José Romero Rocha Matos popularmente conhecido como Baio foi vereador mais votado e reeleito com 1.422 votos. Ele é o pai do prefeito eleito que tem também tem o seu nome, mas é conhecido como Romerinho (AVANTE). Por lá ninguém ficou fora por conta do QP, ou seja, diferentemente da maioria dos municípios, nenhum que ficou na suplência tem queixa dos que se elegeram, pois, entraram por ter mais votos.
Tucano – Quatro vereadoras, três do MDB e um do PSD, receberam mais de mil votos e mesmo assim ficaram fora e Alex Rocha do Agir, com 799, vai a ocupar uma cadeira na câmara
Araci – Quatro ficaram fora, entre eles Laerto e Luizinho de Luiz Boa quem disputavam a reeleição. Em Teofilândia, também ficaram quatro excluídos pelo QP.
Ichu, São Domingos e Lamarão a formação das câmaras ficou com todos os vereadores eleitos na sequencia em decrescente dos mais votados e como aconteceu em Quijingue não tem suplente com mais votos que os eleitos diretos. O destaque fica pelo grande número de mulheres eleitas em Lamarão, 5 das 9 cadeiras serão ocupadas por elas. Mire (MDB) a mais votada, Nilda Moura (PSD), 2ª, Vaninha de Peteca (PT), 3ª, Joce (PSD) 7ª e Val Galega (PSD) 8ª. Vale lembrar que Pro Ninha (PT) foi reeleita prefeita.
Candeal – Kado Freitas, mais conhecido por Kado da Saúde, do PSD, tentou se reeleger, obtendo 319 votos, o sexto mais votado dos que disputaram o pleito, foi o único que ficou fora por conta do QP. Quatro eleitos tiveram menos votos que ele.
Retirolândia – Ficaram duas pessoas que tentaram a reeleição ficaram fora, uma delas foi a ex-vereadora Anaclecia da Saúde, pelo SD. Ela obteve mais votos que cinco eleitos.
Em Valente, apenas Luizinho, que tentava a reeleição pelo Solidariedade, obtendo 722, não conseguiu a reeleição. Entre os eleitos, apenas o veterano Vado, vereador próximo do prefeito Ubaldino, teve menos votos que Luzinho, ou seja, 711.
Santaluz – O QP retirou do PSD a chance de ser o partido com mais cadeiras na câmara. Deixou foram Danda, com 725 votos e Rael de Tiririca, 695. Neste caso, o PSD tem duas cadeiras, PSB, três, MDB três e o Avante duas, sendo que Dion, candidato pela legenda, obteve 1.120 votos, correspondente 4,19% dos votos validos.
Nordestina foi o município cujo quociente partidário e eleitos por média mais influenciou na formação da câmara de vereadores no resultado. O poder legislativo do município é formado por nove vereadores e oito candidatos obtiveram uma votação capaz de se eleger, mas seus partidos não alcançaram o coeficiente. Renígio do Serrote (PP), obteve 171 votos, sendo o último dos eleitos e na soma, o único do seu partido a se eleger.
Ficaram fora 2 do PSD, 3 do MDB, 1 do PDT, 1 do PODEMOS, 1 do PL e 1 do PT.
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