Um desentendimento entre o motorista de ambulância conhecido por Dodô e o coordenador do setor de transporte da Secretaria de Saúde, Edson Pereira Silva, por telefone, criou um tumulto entre as famílias de dois menores que deram entrada na tarde de sábado (19) no pronto socorro do Hospital Regional vitimas de fraturas e que foram recomendados que fossem transferidos para Feira de Santana.
Tudo começou quando a enfermeira chefe do Hospital solicitou uma ambulância para transferir Luiz Claudio Ramos Araújo, 14 anos, residente no povoado de Vila Carneiro, que havia fraturado o fêmur em acidente de moto. O pedido do hospital foi atendido, porém, antes da ambulância chegar à unidade hospitalar, um novo chamado para transferir outro menor, também vitima de fratura e desta vez, exposta. Edson Oliveira Reis fraturou o pé quando jogava futebol na comunidade do Brejo.
A primeira ambulância chegou ao hospital, embarcou Luiz Claudio e seguiu viagem, iniciando ai falta de entendimento entre o chefe e subordinado. Sem quem ninguém entendesse o que havia ocorrido, cinco minutos após sair, Dodo volta e diz para os parentes da vitima, que ainda estavam concentrados em frente ao HRCC, que teria recebido uma ordem de Edson Pereira para retornar, pois iria levar os dois pacientes na mesma ambulância. Dodo comunicou à ordem que recebeu, mas adiantava que não era possível levar, pois já tinha um paciente e um acompanhante e não havia espaço para mais duas pessoas, ou seja, outro paciente e seu acompanhante.
Segundo informações de pessoas que estavam na hora do fato, dentre elas, o vereador Adalberto Gordiano, (PT) “Betão”, Dodo disse que Edson havia ligado e determinado que voltasse, pois não faria outra despesa, já que tinha um carro seguindo para o mesmo local e se ele não atendesse, estaria com o 13º ameaçado por falta de dinheiro diante de tantas despesas.
Naquele momento de tensão, Edson, que estava retornando a Coité de uma viajem, voltou a telefonar para Dodô, que já estava no hospital e depois falou com a enfermeira, que confirmou a necessidade da segunda ambulância e o pedido foi aceito.
Depois que os pacientes foram transferidos, Edson chegou ao hospital e negou que houvesse dado ordem para que os dois pacientes fossem no mesmo carro. Segundo ele, foi sugestão da pessoa que para ele e que não disse nada ao motorista sobre esta questão da economia, pois quando necessita, a Prefeitura tem três ambulâncias, mas duas na cidade para aluguel e todos os taxis. “O que eu não posso é autorizar um taxi, tendo ambulância”, explicou.
Sobre a demora a chegar à segunda ambulância, Edson disse que foi o tempo de vir do bairro das casas populares, onde mora o motorista. Questionado como funciona este serviço, o coordenador contou que durante o dia, as ambulâncias e os motoristas de plantão ficam no almoxarifado e a noite, ficam em suas residências e quando solicitados, vão ao local.
“Aqui não falta carro quando necessita transferir. Tem as ambulâncias da Prefeitura, as particulares, que a gente freta os taxis e se necessitar, coloco até meu carro”, afirmou Edson. Ele disse também que os motoristas trabalham 24 horas e folgam 48. “São nove motoristas que servem as ambulâncias e fazem parte da escala”, afirmou.
Edson reconheceu que é pequeno o número de ambulância para atender a demanda do munícipio e tem conversado sobre esta questão com o prefeito Renato Souza (PP), que garantiu até o final de dezembro adquirir mais uma e informou que estará chegando mais dois veículos para programas de saúde existentes em Conceição do Coité.
Por: Valdemí de Assis