Se quinta-feira santa é dia de descanso para a maioria de servidores públicos, isso não ocorreu na Câmara Municipal de Conceição do Coité, onde foi realizada na manhã dessa quinta (05), uma sessão extraordinária para votação.
Na segunda-feira (02), os professores de magistério se mobilizaram na Câmara Municipal pedindo reajuste salarial e diferenciação de carreira. Foi marcado para a terça-feira (03), uma sessão extraordinária, onde seria votado um projeto de lei elaborado pelo executivo contendo o reajuste. Para surpresa o projeto encaminhado a casa tratava-se de reajuste de 6,5% a todos os funcionários do executivo, o que não contemplava as reivindicações dos professores que continuariam com salários abaixo do piso nacional e sem diferenciação entre níveis.
Após muita discussão a sessão foi suspensa, sendo marcada uma nova para essa quinta-feira (05), onde os ânimos de alteraram e não faltaram ofensas e contradições entre os parlamentares.
Mesmo o projeto não contemplando as necessidades dos professores, que continuam em paralisação, o reajuste de 6,5%, foi aprovado por unanimidade, com ressalva de Betão (PT) e Danilo (PT), que pediram que fosse incluso um artigo com retroativo a janeiro e que os assalariados com gari e zelador fossem contemplados.
Contradições
O vereador Orlando Ramos (PP), disse na sessão extraordinária de terça-feira (03), que estava lá para votar o reajuste salarial do professores, como foi combinado na sessão anterior e que por isso votava contra o reajuste geral do servidores municipais. Mas hoje o vereador votou a favor do reajuste sem fazer nem uma intervenção.
O vereador Samuel (PP), disse que havia parlamentar mudando o discurso. Nesse momento Betão e Danilo reivindicavam a inclusão no projeto do artigo, que garantia o retroativo referente a janeiro. Questionaram a Samuel que eles não estavam mudando de discurso e que o vereador dissesse a quem ele se referia. Samuel se negou a falar em nomes.
Outra contradição é que o reajuste geral pode ser votado ate junho e não precisaria ser em regime de urgência como aconteceu. O prazo de 180 dias antes da eleição, que exigiria ocontecer ate 10 de abril era para revisão por classe, o que não acorreu.
Por diversas vezes os dois vereadores da oposição Danilo e Betão, questionaram e pediram o reajuste com retroativo, mas em votação, a situação que é maioria, por unanimidade discordou.
O aumento não contempla as classes de gari e zelador, que teve o reajuste do salário mínimo. “Aumento é o que está sendo dada agora, adequação no salário mínimo não é aumento, eles também têm direito ao reajuste, diz Betão.”
Danilo afirma: “O que estão fazendo com gari e zelador é tratando como trabalhadores de segunda ordem, isso não é justo eles dão muito duro”.
Funcionário desliga microfone de Betão e sofre processo
No momento em que a discussão estava extremamente forte, estando os vereadores com os ânimos aflorados, um funcionário da casa desligou o microfone de Betão. Isso gerou mais uma grande polêmica. O vereador abriu um processo contra o funcionário. “Ele não pode tomar partido algum dentro da Câmara, muito menos desligar o microfone de um parlamentar, isso é acima de tudo falta de respeito”, disse Betão. O funcionário reconheceu seu erro e pediu desculpas ao vereador. Aceitando o arrependimento, Betão retirou o processo, mas disse que isso servia de exemplo para todos os funcionários da casa, concursados ou comissionados.
O reajuste que entra em vigor após a publicação da lei, não beneficia os funcionários que tiveram reajuste ao salário mínimo e não contempla as necessidades do magistério. Segundo Betão, os grande beneficiados são os cargos de comissão que passa de 200, chegando a um orçamento de mais de 3 milhões por ano.
Por: Raiane Lopes