A tradicional Malhação de Judas em Conceição do Coité indiscutivelmente sempre foi um dos grandes atrativos para fechar o sábado de aleluia e iniciar um momento alegre do cristianismo, que é o domingo de Páscoa, dia da ressurreição de Jesus Cristo. Este ano, “quem ficou para o Judas”,(assistir ao espetáculo) ficou frustrado.
Primeira lamentação entre as pessoas foi a antecipação para colocar fogo nos bonecos, tradicionalmente ocorre a zero hora, os bonecos começaram a queimar cerca de 10 minutos antes. Resultado: muita gente perdeu parte do espetáculo, pois ainda estava se deslocando da Praça da Matriz para o Largo do Mercado Municipal. Outra queixa partiu de Zenaide Lima, ela que é natural de Conceição do Coité e mora no interior de Minas Gerais, disse que faltou o testamento do judas, momento de diversão, quando o locutor usa o microfone do carro de som e incorpora tudo que há de ruim em Judas em pessoas conhecidas de Conceição do Coité, quem sempre representou este papel de lêr o testamento foi o radilista Genivaldo Silva, no ano passado já não apresentou o testamento, mas outra pessoa fez a leitura. Este ano não foi lido e nem justificado.
Em Conceição do Coité a tradição nunca saiu do calendário de atividades culturais. Sempre depois da missa de Aleluia, quem acompanha o ato religioso ou não, se dirige até o largo do Mercado Municipal, procura o lugar mais seguro para assistir ao belo espetáculo de queima dos bonecos que representam Judas o traidor.
A Prefeitura Municipal é quem patrocina todo ano este momento de comemoração simbólica. É uma atividade que causa um certo pânico as pessoas, já que muitas espadas se soltam dos bonecos indo de encontro à multidão.
A tradição em Coité é antiga, basta dizer que o artista responsável pela confecção dos bonecos está com 78 anos de idade e 51 de atividade. O senhor Dermeval Ramos, tem um apelido bastante sugestivo “Fogueteiro”, segundo ele é muito prazeroso ver a grande multidão acompanhar o momento da queima daquele que segundo a bíblia traiu Jesus.
Malhação de Judas ou Queima de Judas – É uma tradição vigente em diversas comunidades católicas e ortodoxas que foi introduzida na América Latina pelos espanhóis e portugueses. É também realizada em diversos outros países, sempre no Sábado de Aleluia, simbolizando a morte de Judas Iscariotes. Cada país realiza a tradição de um modo, alguns queimam os boneco em frente a cemitérios ou perto de igrejas. No Brasil é comum enfeitar o boneco com máscaras ou placas com o nome de políticos, técnicos de futebol ou mesmo personalidades não bem aceitas pelo povo.
Por: Raimundo Mascarenhas