Cresce a pressão dos municípios para que sejam adotadas medidas emergenciais e urgentes de combate a seca. Aos seus modos, as comunidades têm realizado reuniões, promovido abaixo-assinado, procurado seus representantes na Assembleia Legislativa e na Câmara dos deputados, visando encontrar soluções para os problemas da água para consumo humano e animal. Na segunda-feira (09), trabalhadoras e trabalhadores rurais do município de Retirolândia realizaram um encontro na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e levantaram suas demandas.
Aproveitando a presença do governador Jaques Wagner e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, em Feira de Santana, na manhã de terça-feira (10), o documento foi entregue pelo líder sindical Noé Silvestre Carneiro, que estave acompanhado dos vereadores Marinaldo Alves Maciel (PT) e Agnaldo de Lima Avelino (PMDB) e do presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura na Bahia, Cláudio Bastos e o deputado federal Daniel Almeida. No documento, eles solicitaram mais recursos para o abastecimento d’água, frente de serviço e alimentação.
Após entregar o documento, a comissão participou de uma reunião na sede do DERBA, as margens da BR 116, onde ouviram dos representantes dos governos federais e estaduais o anuncio das ações de enfrentamento aos efeitos da seca na Bahia, que já dura mais de três anos em algumas regiões do estado, e para o fortalecimento da agricultura familiar foram anunciadas pelo governador Jaques Wagner e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, medidas emergenciais e importantes.
No encontro onde estavam mais de 100 prefeitos e muitos pré-candidatos as eleições de outubro, a prefeitos e vereadores, foram anunciadas pelo ministro Pepe Vargas que o governo federal investirá “em opções para a dessedentação animal e trabalhar para a prorrogação de contratos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), ou seja, um conjunto de ações para melhorar o ambiente da agricultura familiar e o desenvolvimento econômico e social neste momento de dificuldade que o estado está passando.
Serão firmados convênios para abastecimento água, limpeza de aguadas e fornecido alimentos para as famílias mais vulneráveis do ponto de vista da segurança alimentar e a Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) foi autorizada a emitir 130 mil vales cesta básica, com recursos do Ministério da Integração Nacional, no valor de R$ 8,4 milhões, para atender às famílias baianas atingidas pela seca.
A Coordenação de Defesa Civil da Bahia (Cordec) recebeu autorização para investir R$ 12,8 milhões, com recursos do Ministério da Integração, na contratação de carros pipa, e outros R$ 5 milhões, via Fundo de Combate à Pobreza, na limpeza e ampliação de aguadas e Companhia de Engenharia Rural da Bahia (Cerb) foi autorizada a aplicar R$ 5 milhões em 46 sistemas simplificados de abastecimento de água destinados a municípios em situação de emergência, onde vivem três mil pessoas.
Para a implantação de aproximadamente 12 mil cisternas de placa, o governo estadual e a Fundação Banco do Brasil assinaram convênio no valor de R$ 24 milhões. Por meio de outro convênio, também com a Fundação, o governo implantará 30 sistemas de dessedentação animal, no valor de R$ 1 milhão.
Para o aproveitamento de poços salinizados para a dessedentação animal, o governo assinou convênio com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), no valor de R$ 6,2 milhões. Por meio do Programa Vida Melhor Rural, a Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri) foi autorizada a entregar 230 sistemas simplificados de irrigação, 71 equipamentos que agregam valor à produção de alimentos e sementes de feijão e milho para mais de 113 mil agricultores.
O Governo da Bahia também recebeu do Ministério do Desenvolvimento Social, por intermédio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), duas mil toneladas de feijão, mil toneladas de arroz e cinco mil cestas de alimentos para famílias afetadas pela seca e foi firmado convênio entre o governo estadual e o MDA incentivando o desenvolvimento de ações de apoio à gestão da agroindústria na Bahia, a partir de cooperativas de agricultores familiares.
Por Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas