O município de Retirolândia, localizado no território do sisal, foi beneficiado através do programa de Requalificação de Unidades Básicas de Saúde com investimento de R$ 771.825,00 para reforma e ampliação dos postos de saúde das comunidades Mandapoles (R$ 157.750,00), Lagoa Grande (R$ 123.750,00), Vista Bela (R$ 121.275,00), Uberlândia (R$ 117, 750,00), Jibóia (R$ 100.800,00), USF de Laginha (R$ 50.250,00), USF Alto do Camilo (R$ 50.250,00) e Vargem (R$ 50.250,00). O programa tem como objetivo criar incentivo financeiro para as Unidades Básicas de Saúde implantadas em todo território nacional, como forma de promover infraestrutura adequada às Equipes de Atenção Básica para desempenho de suas ações.
Pelo Programa são financiadas reformas e ampliações de Unidades Básicas de Saúde implantadas em imóvel próprio do Município ou a ele cedidas por outro ente federativo. No componente reforma apenas são financiadas UBS com metragem de área construída superior a 153,24 m². Também está sendo construída no povoado do Jitai uma moderna e ampla unidade de saúde em contra partida a Prefeitura está investido cerca de R$ 200 mil.
O Ministério da Saúde através do Programa de Requalificação das UBS visa contribuir para estruturação e o fortalecimento da Atenção Básica e para a continuidade da mudança do modelo de atenção à saúde no País, propondo que a melhoria da estrutura física da UBS seja facilitadora para a mudança das práticas das Equipes de Saúde, a exemplo do Posto Médico do povoado de Lagoa Grande, situada a 17 km da sede, construído há quase três décadas.
Segundo o agente de saúde José Roberto Souza Santiago, a unidade é de real importância na região, onde residem e estão sob sua responsabilidade 95 famílias, num total de 360 pessoas residentes não apenas na sede da comunidade,como também outras vizinhas a exemplo de Batata, Boa Hora e, diante da proximidade e vinculo familiar, algumas famílias do assentamento de Nova Palmares, que antes da ocupação da terra moravam em Lagoa Grande.
“Este programa chegou em boa hora, pois realmente estava necessitando mexer no teto, já que, quando chove aparece muitas goteiras, o piso e o sistema de iluminação estão ultrapassados e esta ação estava incluída no plano de governo apresentado por Bequinho (atual prefeito) na campanha de 2008”, falou José Roberto.
No posto da Lagoa Grande são prestados os serviços básicos de acompanhamento das gestantes, pessoas hipertensa, diabéticas e crianças menores de dois anos. Uma vez por semana um médico e uma enfermeira atende na comunidade.
A pouco mais de 06 km, na comunidade de Laginha, onde a agente de saúde Rose Santos Silva atua, residem em toda área da comunidade 200 famílias e o posto de saúde encontra-se em boas condições e presta, segundo Rose,bom serviço. “Aqui na Laginha as gestantes fazem o pré-natal e quando necessário, são realizados inteiramente de graça, partos cesáreos no Hospital Municipal de Retirolândia e ha situações que ocorrem ligaduras”, contou a agente de saúde.
Rose lembrou também que na atual gestão foi instalado no posto de saúde da localidade um gabinete odontológico e pelo menos duas vezes por semana um dentista trabalha atendendo trinta pessoas por dia com extração, restauração e pequenas cirurgias. A agente comemorou a noticia dos recursos para melhorar a unidade de saúde e considerou o calçamento da rua onde está localizada, uma das maiores necessidade, tendo inclusive conversado com o prefeito José Albérico sobre este assunto (PMDB).
Rose, a exemplo do colega José Roberto, também comemorou a inclusão do município dentro do programa de requalificação de unidade básica de saúde e destacou o esforço da Secretaria de Saúde para atender aos munícipes, não apenas com atendimento médico, no consultório e nas visitas domiciliares aos acamados, mas com distribuição de remédios gratuitos na comunidade, sem a necessidade de se dirigir a sede do município.
O agricultor familiar José Lima de Araújo, “Zezito”, pai de 11 filhos, residente na Fazenda Cipó de Leite, vizinho a Laginha, porém na área territorial do município de Conceição do Coité, indignado, desabafou para equipe do CN que não entendia o porquê da diferença do atendimento na área da saúde entre os dois municípios. “Uma filha minha, Cláudia, de 26 anos, primeiro parto, fez todo pré-natal na Laginha e parto cesáreo de graça em Retirolândia. Já Maísa, a mais nova, com 19 anos, que mora em Santa Rosa (município de Conceição do Coité), esta pagando R$ 50 por casa consulta de pré-natal e se necessitar de fazer um parto cesárea, vamos ter que pagar R$ 1.200. Com se explica isto?”, questiona o agricultor.
O povoado de Jibóia, o maior do município, onde atuam dois agentes de saúde, tem um posto médico construído há 30 anos e está bem defasado em relação ao crescimento da comunidade. Serão investidos na reforma e ampliação do UBS, R$ 100.800,00, dando melhor condição de atendimento a comunidade e condições de serviço aos profissionais da área.
O município de Retirolândia obteve nota 6,50 no ID – SUS (2012) e ficou na 10° posição na Bahia e em primeiro lugar no Território do Sisal, segundo avaliação do Índice de Desempenho do SUS – Sistema Único de Saúde (ID-SUS). Segundo o diretor do Hospital Municipal, Francisco Leon S. Mascarenhas, isso se deve ao fato de que o município preocupa-se não somente em estruturação da sua Atenção Básica de Saúde, mas também em sua Média Complexidade.
Dr. Leon, como é conhecido, disse também que a cobertura populacional é de aproximadamente de 100% Programa de Saúde da Família (PSF) e de 75 % em Saúde Bucal. “Somente no programa de Saúde Bucal são realizados todo mês cerca de 760 procedimentos odontológicos e o hospital Municipal na atual gestão realizou em torno de 800 procedimentos, entre cirurgias e partos, feitos não somente aos munícipes de Retirolândia, como também das cidades vizinhas”, falou o diretor do Hospital Municipal.
“É gratificante para a gestante poder ter seu filho na sua cidade natal”, continuou o médico. Ao concluir a conversa com a equipe do CN, afirmou que a necessidade da valorização do bom profissional para que se evite ao máximo a ambulância transformar-se em leito hospitalar, gastar de forma coerente os recursos públicos evitando desperdícios, não fazer da doença alheia moeda de troca de qualquer natureza, traçar objetivos e cumprir metas, são determinações da gestão municipal da saúde em Retirolândia.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas