Os professores da rede estadual de ensino, em greve há mais de 100 dias, decidiram desocupar a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) por volta das 17h desta sexta-feira (20), em cumprimento à decisão do juiz Ruy Brito. Segundo os representantes do sindicato, a decisão foi tomada para mostrar que, “ao contrário do governo da Bahia, a categoria cumpre o que determina a justiça”.
Segundo o juiz da da 6ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), os professores deveriam ter deixado as instalações da Assembleia até às 14h, mas os manifestantes decidiram resistir no primeiro momento. A decisão do magistrado foi tomada após vistoria no local na tarde de ontem, quando ele decidiu que, mesmo sem causar danos materiais ao órgão público, a permanência nas instalações da Alba era ilegal.
Mesmo com a resistência inicial dos professores, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo, preferiu não pedir apoio policial para realizar a desocupação. Foi a partir de um pedido de reintegração de posse do parlamentar que a vistoria no prédio, até então ocupado pelos professores há cerca de 3 meses, foi feita pelo juiz.
Os ocupantes estavam sem ar-condicionado e sem acesso aos banheiros nos períodos fora do expediente da assembleia desde a última segunda-feira (16). O prédio também teve o fornecimento de energia e água cortado para pressionar os professores a deixar o prédio. Dormindo em barracas de camping, os professores se negavam a sair.
Greve continua
Apesar da decisão de desocupar o prédio, a greve continua. Em uma assembleia realizada na manhã da última quarta-feira (18), os professores da rede estadual de ensino aprovaram uma contraproposta elaborada pelos grevistas. O documento já foi entregue ao Ministério Público, segundo informações de do coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), Rui Oliveira. O MP, no entanto, anunciou que não vai mais intermediar as negociações em parceria com o Tribunal de Justiça da Bahia, como estava acontecendo desde a semana passada.
Fonte: Correio