O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou no final da manhã e inicio de tarde desta sexta-feira (24), na cidade de Serrinha, município localizado no território do sisal, de um conjunto de ações para expansão da realização de cirurgias de catarata no país. A estratégia faz parte da Política Nacional de acesso aos Procedimentos Cirúrgicos Eletivos, lançada em 2004, pelo governo federal e durante esta semana, quatro municípios, Serrinha (BA), Montes Claros (MG), Pombal (PB) e Rio Branco (AC), vão realizar, ao todo, 2.110 cirurgias de catarata, que tem por objetivo zerar as filas de espera e ampliar o atendimento aos usuários que necessitam deste procedimento através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ao desembarcar do helicóptero ás 11h04, no estádio municipal da cidade, ao lado do governador Jaques Wagner, do secretário Jorge Solla e do deputado federal Emiliano José, o ministro Alexandre Padilha falou ao CN da alegria em participar de um evento desta natureza e disse que o número de cirurgias eletivas realizadas no Brasil serão ampliadas e para isto o Ministério da Saúde liberou R$ 650 milhões aos estados e municípios. Ele lembrou também que o investimento representa um crescimento de 86% se comparado com o valor destinado em 2011, que foi de R$ 350 milhões. Do total de recursos, R$ 230 milhões são destinados à realização de cirurgias de catarata. Estima-se que em 2012, sejam realizadas 432 mil cirurgias. Até junho, já foram feitas 216 mil no âmbito SUS.
“Um dos nossos objetivos é zerar a fila de cirurgia de catarata e promover melhor qualidade de vida para essas pessoas. Queremos proporcionar que as pessoas possam voltar a ler e escrever e se inserir no mercado de trabalho”, ressalta o ministro. Ele adiantou que a expectativa do Ministério da Saúde é chegar a 700 mil cirurgias de catarata por ano. “Aumentamos o recurso para possibilitar a realização contínua das cirurgias de catarata, além da realização de mutirão. E o executar essas intervenções, conseguiremos aumentar o número de cirurgias e diminuir as desigualdades regionais”, destaca Padilha.
Os recursos fazem parte de uma nova estratégia do Ministério para garantir o acesso da população aos procedimentos disponibilizados no SUS. Os estados brasileiros e o Distrito Federal receberam os recursos, em parcela única, para o período de um ano, e serão aplicados nas especialidades de maior demanda e nas escolhidas pelos gestores locais, conforme a realidade de sua região.
O Programa Nacional de Cirurgias Eletivas foi inspirado no Programa Saúde em Movimento criado pelo governo da Bahia em outubro de 2009 e até o mês agosto de 2012, já realizou 1,4 milhão de procedimentos oftalmológicos para mais de 300 mil baianos. Em Serrinha, o programa teve inicio no domingo (19), e seguirá até o próximo dia (26), com previsão da realização de sete mil consultas oftalmológicas e 2.100 cirurgias de catarata e desde o seu inicio já realizou 49 etapas, com 304.206 consultas oftalmológicas e 93.813 cirurgias de catarata nas nove Macrorregiões do Estado. “Com essa ação, foi possível no período de janeiro a maio de 2012, atender mais de cinco mil usuários moradores de municípios considerados na Linha de Extrema Pobreza”, lembrou o governador Jaques Wagner.
Para Jaques Wagner, um grande diferencial do programa é o deslocamento de profissionais e equipamentos, no interior do estado, para a realização de consultas, exames e cirurgias do aparelho ocular. O Saúde em Movimento atua em municípios identificados como vazio de assistência nessa área de oftalmologia, realizando procedimentos com valores da Tabela SUS, utilizando recursos de alta tecnologia.
Ao finalizar o pronunciamento o governador falou da emoção nova que sente a cada momento ao saber que muitas pessoas voltaram a enxergar os filhos, as filhas, os netos e ter de volta sua cidadania. Wagner contou que a idéia do “saúde em movimento” foi após a execução do programa TOPA e verificar pouco resultado e por intermédio dos professores ficou sabendo que era exatamente em função da pouca visão dos alunos, tendo determinado o secretário Solla que criasse um programa desta natureza e os resultados são os melhores possíveis.
No programa que foi lançado pelo ministro Padilha, consta 84 procedimentos cirúrgicos eletivos compostos por várias especialidades: traumato-ortopedia, otorrinolaringologia, oftalmologia, urologia, ginecologia, angiologia, proctologia, mastologia, gastroenterologia e cirurgia geral. No projeto a ser elaborado deverá estar presente no mínimo 2 (duas) especialidades constantes do elenco dos procedimentos incluídos na Política Nacional.
Saiba mais sobre o programa em nível nacional – Os recursos serão repassados aos estados e municípios dentro do orçamento deste ano. Do total de investimento previsto, R$ 600 milhões estão destinados às cirurgias eletivas selecionadas como prioritárias, de acordo com as demandas apresentadas pelos estados.
São R$ 180 milhões para realização de cirurgias de catarata, R$ 210 milhões para tratamento de varizes, cirurgias ortopédicas e atendimento nas áreas de urologia, oftalmologia e otorrinolaringologia, incluindo retirada de amígdalas. Outros R$ 210 milhões atenderão as demandas apresentadas pelos gestores estaduais, conforme a realidade de cada região.
E há ainda, R$ 50 milhões que são destinados aos municípios com 10% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza.
Esta ação beneficia 2.555 cidades e o objetivo do Ministério da Saúde é zerar as filas de espera para esse tipo de procedimento e reduzir as desigualdades regionais. A cirurgia de catarata é a mais procurada pelos usuários do SUS, em 2011, 426.567 cirurgias foram realizadas, um aumento de 22% em relação a 2010, quando foram feitas 348.386.
Por Valdemí de Assis / com informações da SECOM e fotos: Raimundo Mascarenhas