“O que vimos aqui hoje, foi uma disputa de responsabilidades, um jogo de empurra. Então, a intenção dos integrantes do colegiado é tomar uma iniciativa imediata, para tentar exaurir essa discussão, para que não chegue à esfera judicial, pois a população é quem mais sofre com essa situação. As coisas não acontecem assim, de um dia para o outro não dá pra trocar uma empresa por outra em cinco seis dias”, disse o deputado Tom Araújo, durante a audiência pública realizada pela Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, a qual ele preside. Durante toda a manhã desta terça-feira, a Comissão serviu de palco para que a TWB – empresa que administra o sistema ferry boat, apresentasse defesa contra acusações do estado e da AGERBA, Agencia reguladora, que fiscaliza as ações da Concessionária. Em sua defesa, o presidente da TWB informou que administrar o sistema de transporte marítimo não é fácil, uma vez que o governo do estado não cumpriu com o que foi estabelecido no contrato como a liberação de recursos para as mudanças de manutenção que estavam previstas. “O ferry é um sistema público. O dinheiro deveria ficar com a TWB. Na falta de recursos financeiros, tive que vender uma casa em São Paulo para investir na Operação Verão”, afirmou Reinaldo Pinto, ressaltando que nesses seis anos, todas as responsabilidades que cabiam a TWB foram cumpridas. “As intervenções que não foram feitas, foi devido a indisponibilidade de dinheiro. Somente em 2011, o prejuízo foi de 17 milhões de reais”, disse. O representante da TWB informou também que são dezenas, centenas de multas aplicadas à empresa por parte da AGERBA, na maioria das vezes, de forma equivocadas. “é questão de dez, onze, quinze minutos de atraso e a AGERBA já aplica a multa. Esse fator é altamente estressante e gera altos custos para a empresa”, afirmou.
Após as explanações da TWB, o diretor da Agerba, Eduardo Pessoa, teceu várias críticas ao serviço realizado pela empresa que explora a travessia marítima Salvador Ilha de Itaparica. Segundo ele, a TWB se trancou para o diálogo e não conseguiu cumprir o que rege o contrato, que era de melhorar o serviço oferecido à população baiana, a exemplo, da recuperação das estruturas subaquáticas e conserto dos ferrys, que vivem quebrando durante a travessia. “Um exemplo foi no feriado do dia Sete de Setembro, quando um ferry apresentou problema e teve de ser arrastado por corda, sem falar nos constantes atrasos. A Agerba multou e vai continuar sempre. Se continuar do jeito que está, a tragédia será anunciada”, destacou Pessoa. Diante do impasse, o diretor da AGERBA afirmou ainda não haver gerência por parte da empresa na administração do sistema de transporte marítimo. “Em nome da Agerba, não há como abrir mais diálogo. Por isso, será pedida a caducidade do contrato” finalizou.
Preocupado com a situação da população, Tom disse que a partir de hoje, vai tentar entrar em contato com o vice-governador e secretario de Infraestrutura, Otto Alencar, para que seja encontrada uma solução imediata, para que o usuário do sistema de transporte, não saía prejudicado.
ASCOM DEPUTADO TOM ARAÚJO