A seca no Nordeste deve se prolongar até fevereiro de 2013 e vai atingir fortemente a economia da região. Reportagem do jornal Valor Econômico mostra que, apesar de não existirem projeções exatas sobre o valor financeiro dos prejuízos, a tendência é que a fatia da agricultura e da pecuária no PIB dos Estados mais atingidos seja seriamente afetada neste ano.
As perdas registradas nos três primeiros meses de 2012 seguem se acumulando no trimestre seguinte, mesmo com a implementação de algumas das medidas de auxílio anunciadas pelos governos.
A quebra na produção de leite e, consequentemente, de seus derivados, é um dos principais golpes da seca na economia nordestina. Maior produtor da região, com 1,2 bilhão de litros em 2011, a Bahia deve registrar uma queda de 50% neste ano, mesmo percentual esperado para Pernambuco, que antes da estiagem vinha produzindo 2 milhões de litros por dia.
A Bahia tem o maior número de municípios sofrendo com a seca. De acordo com os levantamentos oficiais mais recentes, são 217 cidades atingidas, mas o governo estadual fala em 256. O tamanho do Estado, entretanto, ajuda a amenizar os efeitos econômicos da estiagem. As perdas de produção verificadas no semiárido devem ser compensadas pelo crescimento das lavouras no oeste baiano, região que não tem sofrido tanto com a seca.
“Acreditamos que a safra de soja, por exemplo, fique igual a do ano passado, devido ao crescimento no oeste. Mas na produtividade perderemos algo em torno de 15%”, explica o secretário estadual de Agricultura, Eduardo Salles. Para o algodão, outra cultura importante no Estado, ele estima queda de 10% a 15%. Na Bahia os prejuízos também não foram mensurados.
A reportagem do jornal erra, no entanto, ao afirmar que agropecuária responde por 24% do PIB local. Na verdade, o PIB agropecuário responde por apenas 10% do PIB da Bahia.
Fonte: Bahia Econômico