Os médicos da rede estadual de saúde suspenderam a greve que seria iniciada nessa quarta-feira (20), na Bahia, durante a assembleia geral da categoria realizada na noite desta terça-feira, em Salvador.
A votação, encerrada pouco antes da meia-noite, definiu que a classe vai se manter em “estado de greve”, no sentido de cobrar o que foi acordado com o governo do estado para o plano de carreira do servidor, segundo informado pelo presidente do Sindicato dos Médicos (Sindmed), Francisco Magalhães.
“Estamos em estado de greve, com a exigência de nos mantermos mobilizados e de cobrar do governo o PCCV [Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos] integral ou até maior. Queremos que o projeto esteja finalizado em maio, para ser votado na Assembleia [Legislativa da Bahia] em junho e entrar em vigor a partir de julho”, explicou o sindicalista.
O governador Jaques Wagner e os secretários de Saúde, Administração e Trabalho participaram de uma reunião com os dirigentes das entidades médicas nesta terça-feira, na sede da Governadoria, quando discutiram o projeto do plano de carreira da categoria. Segundo o governo, o investimento inicial no projeto é da ordem de R$ 100 milhões, cujos repasses devem ser divididom em duas etapas, 2013 e 2014, com ganhos entre 13% e 32%.
Em nota, o estado informa que, em oito anos, cerca de 2.600 médicos foram contratados, com reajuste de 300% no vencimento. O governo tem aproximadamente 5 mil médicos atuando na rede pública de saúde, de acordo com o Sindmed. Tais profissionais esyão divididos em órgãos como a secretaria estadual, o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), a Junta Médica, os presídios, Planserv, entre outros.
Ao sair do encontro com o governador, o presidente do Sindmed afirmou que a conversa foi positiva. “Tivemos avanços importantes como a criação da carreira própria dos médicos estaduais, a correção na situação dos médicos aposentados, que recebiam salários muito baixos em outros governos, por exemplo, R$ 1 mil e pouco, e tiveram um ganho maior, muito mais do que 200%”, relatou o presidente do Sindmed.
No dia 6 de março, por unanimidade, os médicos planejaram a paralisação das atividades para o dia 20, insatisfeitos com a proposta do PCCV. Além da valorização da carreira médica no serviço público estadual, eles cobram melhores condições de trabalho e o fim tanto da tercerização quanto da contratação precarizada.
Fonte: G1