Diante de tantos acontecimentos ocorridos nos últimos anos em Conceição do Coité principalmente na questão de várias mortes de jovens e nenhum caso elucidado, o prefeito de Conceição do Coité Francisco de Assis ( PT) solicitou uma reunião no Fórum Durval Silva Pinto ocorrida na manhã desta quinta-feira,04, com a presença do juiz de Direito da Comarca, Gerivaldo Alves Neiva, os promotores de Justiça representantes do Ministério Público, Tiago Pacheco e Grace Inaura Melo, presidente da Câmara Municipal vereador Adalberto Gordiano,vereador Ivaldo Araújo, e outras autoridades a fim de discutir e buscar solução para amenizar a violência.
O comandante da Polícia Militar Joilson Lessa e o delegado João de Oliveira Farias Filho não compareceram por motivo de agendamento prévio para outros compromissos, fato que desmotivou o promotor Tiago Pacheco, para a discussão , segundo ele, as duas principais autoridades que têm o papel direto de ouvir e apresentar possíveis soluções não estavam presentes”, estou a disposição para discutir o assunto mas acho que não há motivação sem os representantes das policia civil e militar. Outro fator que acho fundamental é a presença de público, pois precisamos ouvir as pessoas”, ressaltou Pacheco.
Mesmo “desfalcada” de importantes nomes da segurança municipal a reunião aconteceu e na oportunidade o juiz Gerivaldo Neiva disse que precisa se reunir sempre, mas, segundo ele não pretende debater a mesma questão que participou em 1997 quando foi encaminhado para todas as autoridades em nível de estado as necessidades para tentar combater a violência “se protocolou várias solicitações para Comando Geral da PM, Coordenadoria da Polícia Civil, Ministério Público, enfim para todos os órgãos competentes, mas depois mudou de prefeito, mudou o presidente da Câmara e ninguém viu nenhum resultado.Depois disso fui convidado para novas audiências públicas para discutir segurança e sempre a mesma coisa. Agora acho que as discussões não devem ser tipo as que não deram resultado, temos agora que usar da criatividade. Deixo o cartório Crime à disposição do Revolution para fazer um levantamento dos crimes ocorridos nos últimos anos, a Câmara Municipal faria um levantamento da situação dos bairros e após isso monta uma espécie de dossiê para a Justiça definir um rumo.
O juiz disse também que o crack não é o principal responsável pelo descontrole social do município, segundo ele, o álcool ainda é o que mais movimenta o CRAS para o município encaminhar para tratamento.
Xande pediu para que órgãos como CRAS e CREAS se desloquem para as comunidades, “precisa fazer o papel inverso, os órgãos tem que ser implantados na periferia que pode facilitar a procura, ao invés de eles saírem para outros pontos”, justificou o presidente do Revolution.
O vereador Betão disse que o maior problema vem da falta de estrutura no crescimento da cidade para as áreas periféricas. Comungando a mesma opinião de Xande, ele disse que nenhum bairro foi pensado a estrutura para a convivência social e o resultado é o crescimento a base de casas e bares, e nunca deixado espaço para o laser.
O prefeito Assis ao se referir a questão do laser disse que a prefeitura tem quatro e quadras cobertas para serem construídas, mas vem encontrando dificuldade para adquirir terrenos. Diante desse agravante a prefeitura vai buscar na justiça, apoio para embargar loteamentos que na divisão dos lotes não deixem o espaço para construção de áreas de laser .
Sobre a quantidade de jovens que perdeu a vida Assis disse que é preocupante e sempre viu com muita tristeza, “principalmente pelo perfil das vítimas, geralmente negros, pobres, moradores das área periféricas”.Ainda segundo Assis é possível minimizar a situação investindo em políticas sociais.
Outros assuntos a exemplo da apreensão, prisão, questionamento sobre a libração de um individuo no período que a sociedade acha muito curto também foi justificado pelas autoridades do judiciário. O monitoramento por câmeras na cidade tendo Coité a pioneira na região e uma das primeiras no estado, mas os bancos e a CDL sempre foram os mais interessados em proteger patrimônios. Promotores e juiz cobraram também mais ação da Polícia Civil e revelaram que é lenta, e pouca coisa é enviada para o judiciário, reconheceram também a situação precária que a instituição atravessa.
O presidente da Câmara Betão ficou de estudar uma data para que o assunto volte a ser discutido numa maior abrangência com todas as autoridades competentes e público em geral.
Por: Raimundo Mascarenhas