Quem está pensando em se desfazer de alguma terra em Alagoinhas, Sátiro Dias, Serrinha, por exemplo, deve pensar bem. Nos próximos cinco anos deve começar a exploração de petróleo na região. E os donos das terras onde o óleo for encontrado vão ganhar um bom dinheiro. É que ontem,14, depois de um intervalo de cinco anos, começou 11ª Rodada de Licitações de Bacias de Petróleo, da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Pela primeira vez, o evento foca no leilão de áreas do Norte e do Nordeste, incluindo a Bahia. “Para quem tem terra nas regiões licitadas, agora não é hora de vender não”, aconselha a diretora geral da ANP, Regina Chambriard.
Ela explica que, diferente da legislação de outros países, no Brasil, todo o subsolo pertence à União e que o dono da terra não poderá impedir a empresa vencedora da licitação de procurar petróleo em sua propriedade. “Mas, se for encontrado, 1% do faturamento bruto é do dono da terra, e ele não precisa fazer nada”, conta.
O valor varia, caso a caso, mas pode chegar a R$ 40 mil por mês, ou até mais. Nessa rodada, serão oferecidos 289 blocos em terra, águas rasas ou profundas, em 11 bacias sedimentares: Barreirinhas, Ceará, Espírito Santo, Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Parnaíba, Sergipe-Alagoas, Recôncavo e Tucano Sul, essas duas últimas na Bahia.
O total de blocos leiloados no estado chega a 52, todos em terra. São 64 empresas participantes, o recorde de todas as edições. Dessas, 17 são brasileiras e 47 estrangeiras, provenientes de 20 países. Do total, 19 são estreantes, ou seja, estão participando pela primeira vez de uma rodada de licitações da ANP.
“Nós estamos extremamente satisfeitos com os resultados obtidos que superaram todas as expectativas. Foram licitados 142 dos 289 blocos ofertados, o que nos garantirá investimentos mínimos na fase de exploração de R$ 7 bilhões – neste caso um ágio de 628% sobre o valor mínimo estipulado pela agência. Todos os recordes das rodadas anteriores foram quebrados”, disse a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard.
Magda destacou, ainda, o bônus de assinatura ofertado pelo consórcio formado pela Total E&P (40%), Petrobras (30%) e BP (30%), que arrematou o bloco Foz do Amazonas Marítimo 57 (FZA-M-57), pagando R$ 345,9 milhões – o maior bônus pago por um único bloco na história dos leilões.
“Esta rodada é um bom parâmetro para mostrar o apetite com que as empresas irão para a 12º Rodada de gás em terra, prevista para outubro. É só observar o sucesso dos blocos em terra com potencial de gás, como os das bacias do Parnaíba, Recôncavo e Tucano Sul nesta rodada”.
Tucano
A Bacia do Tucano Sul é considerada nova e tem cinco campos produtores operados pela Petrobras e pela Orteng. Em dezembro, a região produziu, em média, 12 barris de petróleo e 26 m3 de gás natural por dia. No leilão de ontem, foram ofertados 36 blocos de terra, dos quais 21 foram arrematados.
Já na Bacia do Recôncavo, classificada como madura, fica ao Norte de Salvador e produz desde 1937. Ela tem potencial para descoberta de óleo leve, que é o tipo mais caro de petróleo, por causa da facilidade de produção. Nesta bacia já trabalham 14 empresas, e a produção em dezembro ficou em 45 mil barris de petróleo e 2,8 m3 de gás natural por dia.
Fonte: Portal Clériston Silva e Agência Brasil/foto¹ ilustrativa