A prefeitura de Serra Preta, município distante cerca de 160 km de Salvador, anunciou o cancelamento das festas de São João este ano por conta dos efeitos da seca que atingem a região.
A cidade tem cerca de 20 mil habitantes e a principal fonte de renda é a agropecuária. A prefeitura de Serra Preta afirmou que o impacto na economia local é a principal causa do cancelamento da festa.
Segundo a prefeitura, por causa da estiagem prolongada, o rebanho bovino na região sofreu uma redução de 50% e as lavouras de milho e feijão foram perdidas.
Outro caso – A Prefeitura Municipal de Itamaraju, no extremo sul da Bahia,também não terá festas de São João custeadas pela gestão municipal. A decisão foi tomada levando em consideração déficit orçamentário, segundo explicou o secretário de governo Luciano Porto.
Entre os motivos, ele exemplifica bloqueio de um montante de R$ 946 mil por parte da Justiça, entre final de abril e início de maio, em razão de precatório, que segundo Porto, teve origem em gestões passadas.
Outras cidades – Em abril, a prefeitura de Guanambi, no sudoeste da Bahia, anunciou o cancelamento dos festejos juninos também por conta da seca que assola o estado. Segundo as informações do prefeito Charles Fernandes, os moradores foram consultados e, em decisão conjunta, ficou acertado que os valores que seriam gastos nas festas serão destinados a medidas de combate à estiagem.
Em março, a prefeitura de São Gonçalo dos Campos, cidade que fica a cerca de 108 km da capital baiana, anunciou o cancelamento por conta da situação financeira e da seca, que no município já dura dois anos. “Foram três motivos. O primeiro é que a arrecadação foi bastante afetada com a isenções de impostos. Segundo, o município de São Gonçalo está negociando uma dívida com o INSS de R$ 35 milhões. O terceiro, e principal motivo, é a grande seca que estamos passando há cerca de dois anos. A previsão de chuva para esse ano não é animadora”, relatou o admistrador da cidade, Antônio Cardozo.
Em Senhor do Bonfim, cidade localizada no norte do estado e que tem um dos mais tradicionais festejos do estado, a prefeitura informou, também em março, que o São João será reduzido por conta da seca.
Segundo Ricardo Aquino, chefe de gabinete da prefeitura, o orçamento, que nos últimos anos variou entre R$ 850 mil e R$ 1 milhão, também deve ser reduzido em 50%.
“Decidimos realizar com contenção de custos. Participaram da audiência todas as representações da cidade. A possibilidade real é de três dias de festa, por conta desse período de seca. O impacto que um dia de festa pode causar na cidade é muito significativo e, ao mesmo tempo, não fazer afetaria muito a economia. A cidade está em colapso, vários bairros são abastecidos com carros pipa, os mananciais secaram”, informou na ocasião.
Fonte: G1BA
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