A deputada estadual Fátima Nunes acompanhou na manhã de quarta-feira (13) o ministro da Saúde de Cuba, Roberto Morales Ojeda e o secretário da Saúde do Estado, Jorge Solla, aos municípios de Adustina e Sitio do Quinto, conhecendo a rotina dos profissionais cubanos que atuam por meio do Programa Mais Médicos nos dois municípios localizados no semiárido baiano.
A parlamentar recepcionou a comitiva no campo de pouso de Adustina, seguindo para a zona rural daquele município e puderam verificar em um dos Postos de Saúde da Família (PSF), localizado na Comunidade de Bom Jesus, o trabalho que realizam na área da Atenção Básica de Saúde, onde a presença dos profissionais faz toda a diferença.
Fátima Nunes contou ao CN que se emocionou ao ouvir da dona de casa Nailza Santos, que confia no trabalho da equipe médica de Bom Jesus e relatou a história que aconteceu com a agricultora que acompanhou a avó no consultório e levou o filho para fazer exames e foi bem atendida, a diferença entre os idiomas não atrapalhou e resumiu dizendo que o médico aqui pra cuidar do povo da sua comunidade e entende tudo que o povo fala, trata muito bem e com atenção.
A parlamentar, em alta voz , externou durante o almoço na cidade de Sítio do Quinto que aquele era um momento especial para os dois municípios, pois significa a presença da esperança. “É significativo à presença do ministro Ojeda, do secretário Solla, que vem cuidando da saúde dos baianos e da presidenta Dilma, por fazer esta parceria. Este foi um casamento com sucesso que resultou em vitória para o povo”, concluiu a parlamentar.
Fátima é a deputada mais votada no território semiárido II e dentre os municípios que tem representatividade, Cícero Dantas, Tucano, Paulo Afonso, Novo Triunfo, Sitio do Quinto e Adustina, foram beneficiados com o Programa Mais Médicos. Na Bahia trabalham 320 médicos cubanos em 144 municípios, entre eles o casal Nicolas Casas Rojas e Ivedt Piloto Lopez, que trabalham nas equipes saúde da família que atuam nas comunidades de Razinho, distante 11 km da sede e Cascalheira, 05 km de Sitio do Quinto.
Ivedt Piloto Lopez, falou ao CN, que não faz apenas atendimento em consultório.”Visitamos las familias que tienen personas mayores, personas con movilidad reducida, las mujeres embarazadas y otras personas que no pueden venir a la clínica. Un trabajo hecho con mucha responsabilidad y el cuidado de los residentes. Después de todo, somos responsables de servir a aproximadamente 500 familias de la región”. (Tradução)“Nós visitamos as famílias que possuem idosos, pessoas com dificuldade de locomoção, grávidas e outras pessoas que não podem vir ao posto. Um trabalho feito com muita responsabilidade e cuidado com os moradores. Afinal, somos responsáveis por atender cerca de 500 famílias da região”, falou Ivedt, formada em medicina há 22 anos.
O esposo, Nicolas Casas Rojas, 19 anos de médico, formado na Faculdade de Ciências Médicas Carlos J. Finlay, na Província de Camagüey, Cuba, especialista Medicina Geral Integrada e Familiar, disse ao CN que o local onde está trabalhando junto com a esposa é de fácil adaptação.”El clima es el mismo, el lenguaje es fácil de entender, la diferencia es que en Cuba hay que no lo vi” Tradução: “o clima é o mesmo, a linguagem é fácil de entender, a diferença é que em Cuba a gente não vir isso” (apontou para um grupo de agentes de saúde e de endemias com cartazes fazendo manifestação, mas respeitando a postura dos profissionais).
O vereador e auxiliar de enfermagem José Edson de Souza (DEM), disse que a realidade mudou com a chegada dos médicos cubanos no município, em especial na comunidade de Cascalheira, onde atua há três anos. Disse também que há um ano não havia médico na comunidade, que estava com a área descoberta, inclusive sem agentes de saúde. Em Cascalheiras, residem 612 famílias, ou seja, 2.012 pessoas, “É visível à satisfação das pessoas e o Dr. Nicolas Casas trabalha das 9h ás 12h em Cascalheira e pela tarde na Lagoa do Limeiro”, falou Edson Enfermeiro, como é conhecido o vereador que está no exercício do terceiro mandato.
Para o vice-prefeito Jair Jesus dos Santos (PP), esta sendo positivo o trabalho do casal de médicos e com apenas 45 dias na cidade, sua avaliação é muito boa por parte dos integrantes das equipes, dos agentes comunitários e dos pacientes. Jair do Correio, como é conhecido, destacou a importância da visita do ministro Roberto Morales Ojeda ao município, pois foi um momento de agradecimento e a mensagem será levada a Cuba.
De acordo com o secretário Jorge Solla, até o final do ano mais 350 médicos cubanos devem chegar ao estado. Ele também destacou a atuação dos profissionais. “É muito positivo, com apenas 45 dias de trabalho dos primeiros profissionais que chegaram ter uma avaliação extremamente positiva por parte dos colegas, das equipes, dos agentes comunitários, dos pacientes, dos prefeitos e secretários municipais”. Ele aproveitou para parabenizar todos os médicos que vieram colaborar para o fortalecimento da Atenção Básica. “O impacto é fantástico e as visitas que fizemos hoje com o ministro me deixaram ainda mais animado com os resultados positivos”.
Ao final da visita, o ministro Roberto Morales Ojeda afirmou que está satisfeito com o trabalho dos médicos e que, de acordo com o que observou, acredita em melhores resultados nos índices de saúde da Bahia. “Puedes encontrar la satisfacción de la población atendida y el impacto en los indicadores de salud en esta población, que es el resultado de todo el trabajo, un buen diagnóstico y una buena orientación terapéutica”. Traduzindo: “dá pra constatar a satisfação da população atendida e o impacto nos indicadores de saúde desta população, que é resultado de todo um trabalho, de um bom diagnóstico e de uma boa orientação terapêutica”.
A Bahia é o terceiro Estado com maior número de profissionais cubanos no programa federal Mais Médicos. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, os municípios baianos receberam 45 médicos cubanos, atrás do Pará, que conta com 56 profissionais e Amazonas, com 61. A presença dos médicos no Brasil faz parte de um acordo do governo brasileiro com a Organização Panamericana de Saúde (Opas) e estima-se que quatro mil profissionais cubanos cheguem ao Brasil para atuar em áreas carentes do País até o final do ano.
Da redação CN / fotos: Raimundo Mascarenhas