A Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), vem desenvolvendo projetos e ações estratégicas para a revitalização da cultura do sisal na Bahia. Através do “Projeto de Incentivo à Produção da Cultura do Sisal no Estado da Bahia”, a empresa está implantando 100 unidades de produção de sisal, como projeto piloto, em cinco polos de produção, em áreas situadas na região do sisal. O projeto tem como objetivo proporcionar o aumento da renda do agricultor familiar, através do aproveitamento total da planta do sisal.
Em Conceição do Coité, Valente, Mirangaba e Campo Formoso – com dois polos, por ser o maior produtor da Bahia – os técnicos da empresa selecionaram as áreas de acordo com critérios técnicos, dentre eles, a concentração da produção. Em cada polo serão implantadas vinte áreas, de cinco hectares cada, sendo 2,5 ha de sisalana e 2,5 ha de híbrido.
“Faremos uma comparação de produtividade, qualidade de fibra e rendimento de mucilagem entre as duas variedades”, explicou o engenheiro agrônomo da EBDA, Evandro Luiz Alves Oliveira. Ele também informa que esta é uma etapa de um projeto maior, que consiste na implantação de polos desfibradores de sisal.
Como forma de incentivo, o governo do estado está firmando convênios com diversas associações. Até o momento já foram firmados dois convênios: um com a Associação da Comunidade de Fortaleza, localizada no município de Conceição do Coité, e outro, com a Associação da Comunidade de Queimada do Curral, em Valente.
De acordo com Evandro Luiz Oliveira, cada convênio tem o valor de R$ 289 mil, dividido em duas parcelas, sendo que a primeira já foi liberada e será utilizada pelas associações, para execução de atividades, como: análise e preparo do solo; instalação de cerca de arame para a proteção da área; aquisição de mudas sadias, insumos, e tratos culturais necessários para conduzir a cultura. Os agricultores contemplados terão assistência técnica da EBDA, durante os três anos de vigência do projeto.
Desfibramento do sisal
Em cada comunidade será criada uma estrutura física, com uma máquina estacionária, em um local fixo, que fará o desfibramento das folhas do sisal. O agrônomo explica que o processo convencional de desfibrar o sisal se dá através do deslocamento da máquina até o campo, o que inviabiliza o aproveitamento dos resíduos. Com a nova sistemática, ao invés de ir ao campo, a folha do sisal vai até à unidade, onde será feito o desfibramento.
O técnico destaca que o agricultor terá um ganho maior, devido ao melhor aproveitamento dos resíduos do desfibramento (mucilagem), transformada em feno. Parte deste feno volta para a propriedade, e o restante poderá ser vendido para pecuaristas, que usam como fonte de alimento para os rebanhos bovino, ovino e caprino.
“A cultura do sisal é de fundamental importância para o agricultor que vive no semiárido baiano. Em algumas localidades, a situação climática é tão desfavorável que a única cultura que se adapta a essas condições é o sisal”, afirmou Evandro Oliveira, que vê na execução do projeto uma alternativa viável para o desenvolvimento da cultura sisaleira na Bahia.
Assimp/EBDA