O sistema unificado de seleção de calouros, o Sisu, levou mais alunos a disputar vagas nas universidades federais. Parte deles, porém, migrou rapidamente para a rede particular. A constatação é do próprio Ministério da Educação e da Andifes, entidade de reitores das universidades federais. As duas instituições desenvolvem estudo para medir o fenômeno.
Paralelamente, universidades já sentiram o aumento na evasão após a entrada no Sisu, em 2010. É o caso da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Quarta instituição que mais recebeu inscritos em 2013, sua taxa de evasão foi de 20% para 35%. O abandono também cresceu na federal tecnológica do Paraná e na estadual do Piauí.
Mesmo sem ter a quantidade exata de alunos que deixaram os cursos, o MEC analisa o volume como “importante” e decidiu apresentar, até o meio do ano, medidas para preencher essas vagas. Os dados levantados apontam que os alunos que saíram dos cursos, basicamente, vão para outros. E a evasão geral não se altera. A explicação do MEC para o fenômeno é que, com o Sisu, o aluno tem mais facilidade em ingressar na rede federal – pelo sistema, ele disputa vagas no país todo apenas com a nota no Enem.
O problema é que aquele que possui nota mais baixa tende a entrar não no curso que deseja, mas no que sua nota foi suficiente. Ao mesmo tempo, também com o Enem, ele pode conseguir vaga na rede particular (menos disputada), na área que desejava. E custeado pela União por meio do Prouni (bolsas de estudo) ou do Fies (financiamento). Assim, o aluno que queria Engenharia, mas entrou em Matemática na federal, pode em um ou dois anos conseguir vaga em Engenharia, em faculdade particular.
“Para o aluno, a situação é ótima. Ele, no fim, estuda o que quer”, diz o secretário de Educação Superior do MEC, Paulo Speller. “Mas é ruim para a instituição de ensino, pois a vaga fica ociosa”.
O reitor da Universidade Estadual do Piauí, Nouga Cardoso Batista, que viu a evasão em Medicina e Engenharia Civil sair de 0% para 14% e 40%, afirma que o resultado final do Sisu é positivo apesar do aumento da evasão, a instituição aponta que não precisa gastar com o vestibular e que recebe verba federal para ajudar os alunos matriculados na universidade.
Redação:CN*Informação:G1