Três meses após ter dançado o hit “Lepo Lepo”, sucesso de verão da banda Psirico, em um evento da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), em Salvador, o major Eneas Estrela, que comanda a 23ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Tancredo Neves), pediu exoneração do cargo.
Em entrevista na segunda-feira (19), o major contou que fez o pedido há alguns dias e que está na expectativa de que a exoneração saia até o fim desta semana. “Eu pedi para sair para ficar à vontade para me posicionar”, revelou.
O major Eneas Estrela tem 25 anos de corporação e afirma que a decisão está relacionada a um sentimento de descontentamento com as leis de segurança brasileiras. “O problema da criminalidade é a impunidade. Se queremos diminuir essa violência, temos que mudar essas leis ultrapassadas, da época da ditadura”, defendeu.
Em relação à impunidade, Estrela cita um exemplo que diz ter o deixado “indignado”. O caso aconteceu no final do ano passado, na região do bairro Tancredo Neves.
“Um marginal assaltou três vezes o mesmo local e foi filmado. A dona do estabelecimento me procurou e pediu ajuda. Fizemos uma campana, o rapaz foi preso e levado para a delegacia. Logo ele foi solto e, com outros bandidos, entrou em um ônibus e atirou contra quatro pessoas”, descreveu.
Apesar do pedido de exoneração, major Estrela defende o trabalho da PM. “A maior prova de que a polícia trabalha é o fato de que as prisões estão abarrotadas de marginais. A polícia vem fazendo o seu papel e fazendo bem. Precisamos, na verdade, atingir as causas: a impunidade a destruição da família”, argumentou.
Estrela afirma que a decisão de deixar o cargo não é motivada por interesses políticos. “Eu não sou candidato a deputado, como têm dito algumas pessoas mal-intencionadas. Eu estou falando isso em busca de uma segurança melhor. Sou professor de direito constitucional e tenho duas pós-graduações em segurança pública. Eu pedi para sair para para poder me posicionar”, afirmou.
Redação: CN*Informação: G1