Com cerca de 300 páginas, o relatório parcial sobre a Ditadura Militar na Bahia foi entregue na manhã desta segunda-feira (29) pelos membros da Comissão Estadual da Verdade ao governador Jaques Wagner, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). O documento é parcial e, além de reunir o que foi apurado sobre as violações de direitos entre os anos de 1964 e 1985 na Bahia, recomenda “a reinterpretação ou mudança da Lei de Anistia”, com o objetivo de responsabilizar os agentes públicos que foram autores de torturas e ocultação de cadáveres.
O coordenador da comissão explicou que o grupo intensificou os trabalhos para que a apuração pudesse ser entregue em mãos ao governador ainda durante sua gestão. Faltando três dias para entregar o mandato de chefe do Poder Executivo Estadual, o governador disse se sentir orgulhoso em receber o relatório preliminar. “A busca da verdade histórica, sem rancor, é fundamental para a gente saber de onde a gente veio e para aonde a gente vai”.
Wagner, que foi confirmado pela presidente Dilma Rousseff para assumir o Ministério da Defesa, também disse que o tema já está sendo tratado na pasta e que as consequências do relatório da Comissão Nacional da Verdade irão continuar. “Aqui [na Bahia], com certeza, o governador eleito [Rui Costa] que toma posse no dia primeiro, dará total apoio, total infraestrutura para que a Comissão da Verdade baiana possa concluir seu relatório e incluí-lo no relatório final da Comissão Nacional”.
Vinculada ao gabinete do governador, a Comissão Estadual da Verdade – Bahia, foi criada por meio do decreto nº 14.227, de 10/12/2012. Conforme o coordenador Carlos Navarro Filho, o relatório parcial será encaminhado ainda nesta segunda-feira à Comissão Nacional da Verdade.
GOVBA