O aumento de até 50% nos salários dos vereadores, prefeito, vice e secretários de Itiúba, proposto pela Mesa Diretora da Câmara, caiu como uma bomba na sociedade itiubense na semana passada. Os edis pretendem aprovar seus subsídios no valor de R$ 7.500,00 a partir de 2017, este aumento não está sendo bem ‘digerido’ pela população.
Um movimento espontâneo e apartidário contra a elevação, formado por estudantes, servidores públicos e profissionais liberais chamado ‘Movimento vem pra Câmara Itiúba” está ganhando força. O grupo fez o primeiro protesto na terça-feira (08) na Câmara de Vereadores, que resultou na suspensão da sessão, ficando para outro dia a votação das contas do atual prefeito Banga e a definição de uma data para votar o aumento que chamam de abusivo, ou seja de 50% proposto pela Mesa Diretora da Casa.
O Movimento popular recebeu a adesão de vários estudantes e voltaram a ocupar a Câmara na última quinta-feira (10), impedindo qualquer tentativa de discussão do tal projeto, depois, que o Movimento vem ouvindo boatos que os vereadores afirmam que irão aumentar os salários com a vontade do povo ou não, o movimento já planeja uma série de protestos contra o projeto dos legisladores. O Movimento estima colocar mais de 500 pessoas na sessão de votação, quando assim definida pela Câmara nos próximos dias.
Nas redes sociais o “Movimento Vem pra Câmara Itiúba’ já possui cerca de 200 membros e não para de crescer. A articulação conta com o apoio de líderes religiosos do município, que também já se posicionaram publicamente contra o aumento de salários argumentando que a elevação pode ser legal, mas não é moral, especialmente, num momento de crise porque passa o país e o município. “O movimento nasceu da indignação espontânea das pessoas que entendem que os vereadores passaram dos limites da falta de sensibilidade humana e transparência popular”, diz, um dos líderes do Movimento Renilson Ramos.
“É um aumento de salário abusivo e imoral num momento de dificuldade em que estamos vivendo, onde o trabalhador está sendo massacrado pela inflação. Passamos sufoco para exigir direitos, temos que recorrer a greves, paralisações, negociações, pressões, somos retaliados… Mas para os vereadores aumentar salários é a coisa mais fácil e ligeira do mundo. Isso não pode passar sem o aval da sociedade porque nós é quem bancamos o salário deles”, reforçou Ramos.
Dentre as estratégias, o “Movimento vem pra Câmara Itiúba” começa a ocupar a pauta dos veículos de imprensa da com entrevistas a rádio local, nas redes sociais e grupos no Wattssap. A intenção é difundir o sentimento de indignação com o máximo de pessoas para que juntos consigam barrar este projeto de aumento de salários, que dizem que poderá ser aprovado por unanimidade pela Casa Legislativa, que vai impactar a longo prazo o orçamento municipal a partir do próximo ano. Também estão sendo montadas estratégias de veiculação em carros de som, distribuição de panfletos, coleta de assinaturas em Abaixo Assinado da população e outros meios.
O Movimento já esteve buscando o apoio de vereadores novatos que já se manifestaram contra o aumento diante desta crise sem precedentes que passa o município, exemplo, dos recém eleitos vereadores Paulo Vinicius (PSD) e Cesar Enfermeiro (DEM). O Movimento estará conversando nos próximos dias com Cecília Petrina (PCdoB) eleita para o terceiro mandato de prefeita, que segundo assessores afirmam que a mesma é simpatizante do movimento e se declara contra este aumento, irão também falar com seu vice “Zé do Rádio” e outros vereadores reeleitos e não reeleitos para saberem a posição de cada um.
O Movimento está buscando o apoio da mídia estadual e regional, para os próximos protestos, onde as emissoras e rádios já sinalizaram a possibilidade de cobertura. O MP local também foi provocado e deverá se manifestar sobre o caso, nos próximos dias, segundo a sua assessoria.
Outro movimento semelhante está previsto para acontecer na próxima quinta-feira, 17, às 09h na Câmara Municipal de Riachão do Jacuípe.
Redação CN * Informações e fotos: Movimento Vem pra Câmara.