O município de Alagoinhas, no Nordeste da Bahia, descarta a possibilidade de circulação da variante indiana na cidade. A informação foi confirmada pela prefeitura, após o governo do Maranhão rejeitar a suspeita de que a nova cepa da Índia estaria propagada no estado. Segundo especialistas, a nova cepa tem chances de ser mais transmissível e letal do que a covid-19.
A suspeita foi descartada porque, de acordo com o governo do Maranhão, as pessoas que tiveram contato com um dos tripulantes do navio que veio da Índia testaram positivo para a variante P1, de Manaus.
A secretaria de saúde do Maranhão informou que foram rastreadas e testadas 147 pessoas que tiveram contato com o paciente internado. Todas elas foram testadas e seis deram positivo para a covid-19, com a P1. Outros 23 tripulantes do navio seguem em quarentena e não apresentam sintomas.
“Após sequenciamento genômico, o IEC [Instituto Evandro Chagas] detectou a P.1 como variante das amostras. Deste modo, está descartada a suspeita de transmissão local da variante indiana no Maranhão”, comunicou a secretaria de saúde maranhense.
Ainda segundo a secretaria, os seis casos positivos são profissionais de saúde do hospital privado e foram imediatamente colocados em quarentena, antes mesmo da confirmação da variante. Cinco estão em isolamento domiciliar e outro está internado.
A residente de Alagoinhas passou três meses no Maranhão e retornou para a cidade natal no dia 12 de maio, oito dias depois de um dos tripulantes começar a sentir os sintomas da doença. Ele foi internado no dia 14 de maio e a confirmação que estava contaminado com a cepa indiana foi feita na última sexta-feira (21).
A mulher de 56 anos foi à Unidade de Pronto Atendimento (Upa) da cidade, pela primeira vez, no dia 16 de maio, com sintomas gripais. De acordo com a prefeitura, ela fez o teste RT-PCR e foi regulada para o Hospital Santa Clara, em Salvador, onde faleceu, na última terça-feira (25), pelo novo coronavírus.
A Secretaria de Saúde de Alagoinhas informa que “tomou todas as providências para a testagem e monitoramento de 9 familiares que tiveram contato com a senhora”. Mesmo com a suspeita descartada, a vigilância da cidade continua o monitoramento com a família e contactantes.
“Mesmo assim, nós da Vigilância Epidemiológica e a Secretaria de Saúde do estado estamos monitorando e rastreando esses moradores de Alagoinhas. Todo cuidado é importante neste cenário”, explica Telma Pio, diretora da Vigilância em Saúde do município.
O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) fará o sequenciamento genético da amostra da saliva da suspeita. O objetivo é descobrir qual variante causou sua morte. Um de seus filhos também testou positivo. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ainda não definiu os protocolos a serem tomados.
*Sob orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro
Fonte: Correio