A jovem Camila Barros Dias, de 20 anos, foi morta dentro de um carro que dava “cavalos de pau” na cidade de Ji-Paraná, em Rondônia. O autor dos disparos foi um empresário que se revoltou com as manobras dadas pelo veículo e atirou.
Camila estava no carro pois tinha brigado com o namorado e queria “distrair a cabeça”. Então ela se juntou a três amigos na noite de quinta-feira (27), que começaram a fazer as manobras em um depósito de areia na zona rural da cidade.
O delegado Luís Carlos de Almeida, da Delegacia de Homicídios, disse ao Globo que o condutor do veículo onde estava Camila era amigo da vítima. Ele dirigia uma Ford Ranger emprestada pelo avô, sem que o dono tivesse conhecimento. O grupo foi até o local duas vezes e, na segunda, o empresário fez os disparos.
O suspeito disse em depoimento prestado na delegacia que fez os disparos pois, na segunda vez que o veículo fez as manobras, movimentou cascalhos que atingiram a porta da casa em que mora o atirador, localizada em uma rodovia, ao lado de um depósito de areia. Ele pensou que o barulho fosse de tiros e confessou ter atirado três vezes. Mas, segundo perícia realizada pela Polícia Civil, há sete marcas de tiros no carro.
“A hipótese de legítima defesa não se sustenta neste caso porque o veículo não apresentava danos à integridade física do homem ou da casa. Além disso, foi constatado que ele é um atirador profissional. É difícil haver uma hipótese de invasão de domicílio porque o local não é cercado por muros ou cercas. Ele não sofreu agressão e não teve motivos para atirar”, afirmou o delegado, reiterando que a arma utilizada no crime foi uma pistola de 9mm e que o autor “agiu de modo livre e consciente, assumindo o risco de matar os ocupantes do veículo”.
Após ouvir os tiros, os jovens saíram do carro, mas perceberam que Camila não se moveu e estava ensanguentada. Eles a levaram até um hospital da região, mas a jovem não resistiu aos ferimentos e morreu após receber atendimento médico.
“Uma curiosidade deste caso é que o pai da menina que morreu também já respondeu a homicídio por dar ‘cavalo de pau’ ao dirigir, mas estava embriagado. Ele acabou ferindo pessoas também, mas isso foi anos atrás e ele perdeu o direito de dirigir. Agora, a filha morre de forma semelhante. É uma coincidência muito terrível e trágica”, finalizou o delegado.
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