O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não há “indícios mínimos de corrupção” cometida pelo ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso na última quarta-feira, 22, pela Operação Acesso Pago, que investiga o “gabinete paralelo” instalado na pasta. O caso foi revelado pelo Estadão em março.
Em entrevista no programa 4 por 4, de domingo, 26, Bolsonaro afirmou que, em seu entender, Ribeiro foi “preso injustamente”.
Ignorando a investigação da PF e os indícios levantados contra o ex-ministro, o presidente disse que o motivo da prisão é criar narrativas contra seu governo. “O objetivo é constranger, humilhar, dizer que o governo é corrupto”, afirmou, alegando que o Ministério Público foi contra a prisão.
No entanto, Bolsonaro não mencionou o favorecimento de pastores na distribuição de verbas, tampouco os áudios em que o ex-ministro diz que o presidente o avisou sobre a operação.
Como mostrou o Estadão, grampos da Polícia Federal registraram diálogos com ao menos três pessoas diferentes. Em um deles, com uma pessoa de nome Waldomiro, o ex-ministro da Educação afirma: “Mas eu acho assim, que o assunto dos pastores… é uma coisa que eu tenho receio um pouco é de… o processo… fazer aquele negócio de busca e apreensão, entendeu?”. Já em outro diálogo, com a filha, o aliado do presidente diz: “ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… é… é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? se houver indícios né…”.
Sem considerar os casos de corrupção já revelados em seu governo, Bolsonaro acrescentou ainda que “até o momento não tem qualquer indício de qualquer coisa contra um ministro meu”. O ex-ministro Milton Ribeiro foi solto na quinta-feira, 23, quando o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, cassou a prisão preventiva.
Fonte: Correio