A movimentação do deputado Luciano Simões de tirar a liderança da bancada do União Brasil, na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), das mãos do correligionário Marcinho Oliveira foi vista como “errática” por interlocutores ouvidos pelo Bahia Notícias parceiro do Calila.
Informações chegadas à reportagem dão conta que, de fato, existe um constrangimento não apenas na bancada do União na AL-BA como, também, em toda a legenda quanto à presença de Marcinho Oliveira em eventos oficiais, junto ao governador Jerônimo Rodrigues (PT). No entanto, a “jogada” de Simões, além de ter sido “precipitada”, jogou uma pá de cal na possibilidade do grupo, composto por dez deputados, de encontrar uma “saída honrosa” para Oliveira como forma de amenizar o desgaste.
De acordo uma fonte ouvida pelo Bahia Notícias, o presidente estadual do União Brasil, deputado federal Paulo Azi, assim como os também deputados federais Dal e Elmar Nascimento não deveriam criticar a postura de Marcinho “porque todos eles têm teto de vidro e indicaram cargos no governo, que é do PT”. Ainda de acordo com a mesma fonte, Luciano Simões também “não tem legitimidade”.
Em fevereiro deste ano, Elmar Nascimento indicou um aliado para a presidência da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). Já Paulo Azi abocanhou uma diretoria do órgão e o deputado Dal um cargo no Inema.
“Luciano se precipitou nessa articulação, começou a costurar sem conversar com os demais. Eu e outros deputados achamos que deveria haver uma saída honrosa do Marcinho [da liderança]. Eu não subo no palanque do governo, não me sentiria confortável, eu sou da oposição, mas eu acho que essa situação que se desenhou, ao invés de apaziguar, só acirrou ainda mais os ânimos”, disse outra fonte.
A reportagem também descobriu que o personagem principal do imbróglio teria sabido que foi “rifado” da liderança do União, com a anuência do prefeito Bruno Reis, através de seus pares. Ele esteve ausente da reunião da bancada, na segunda-feira (18), em função de uma agenda do governador Jerônimo Rodrigues em Euclides da Cunha, seu reduto eleitoral, onde obteve dez mil votos.
Segundo um terceiro interlocutor, enquanto todos foram embora, o prefeito de Salvador, o deputado estadual Luciano Simões e o secretário de Governo, Cacá Leão, teriam permanecido sozinhos dentro da sala, por um bom tempo, fazendo as costuras.
“Não se sabe se realmente foi uma orientação de Bruno Reis, eu não estava lá, eu não vi, mas tudo indica que sim”, frisou.